Representantes da Guiana e Venezuela se comprometem em manter a paz em encontro no Brasil para diálogos sobre disputa por Essequibo.

Brasil sediará 2ª rodada de diálogo entre Guiana e Venezuela sobre Essequibo

O encontro entre representantes da Guiana e da Venezuela, que ocorreu recentemente na ilha caribenha de São Vicente e Granadinas, marcou o compromisso dos líderes dos dois países em manter a paz e buscar uma resolução diplomática para a disputa territorial em torno de Essequibo, um território rico em recursos naturais reivindicado por Caracas.

Nicolás Maduro, ditador da Venezuela, e o presidente da Guiana, Irfaan Ali, se reuniram pela primeira vez desde o agravamento da crise, com a mediação de Celso Amorim, ex-chanceler e atual assessor internacional da Presidência. Neste encontro, foi acordado que uma segunda rodada de diálogos será realizada no Brasil, dentro de três meses, consolidando o Brasil como um dos fiadores das negociações.

A iniciativa do encontro bilateral foi anunciada em um comunicado da Celac, divulgado após uma conversa telefônica entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Nicolás Maduro, na qual o mandatário brasileiro pediu para evitar medidas unilaterais que possam escalar a situação.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, também reconheceu e agradeceu a liderança brasileira na busca por uma resolução pacífica para a disputa entre Venezuela e Guiana. Em uma conversa com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, Blinken reafirmou a posição dos Estados Unidos em apoio às fronteiras já estabelecidas entre os dois países.

Além disso, os dois líderes discutiram o apoio à Missão Multinacional de Segurança no Haiti, cujo envio foi chancelado pelas Nações Unidas em outubro. O Brasil, por sua vez, mantém uma posição crítica em relação à situação no Haiti, após liderar a Minustah, missão da ONU na ilha caribenha, afirmando que a solução para a crise no país precisa passar por medidas de ordem econômica e social, e não apenas segurança.

Blinken também fez um apelo na discussão para que Vieira se junte aos EUA na condenação aos ataques recentes pelo grupo rebelde Houthi no Iêmen.

Com a confirmação da realização da segunda rodada de diálogos no Brasil, a expectativa é de que as negociações entre Guiana e Venezuela avancem na busca por uma solução pacífica e diplomática para a disputa territorial em torno de Essequibo.

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