A reação de Moro não poderia ser diferente. Em um comunicado à imprensa, o ministro afirmou que os “boatos sobre a cassação de meu mandato foram exagerados” e que o TSE respeitou a soberania popular. No entanto, a análise da situação vai além das palavras do ministro. O tribunal não rejeitou o recurso baseado em supostas “mentiras e falsidades”, mas sim por falta de evidências contundentes que justificassem a cassação.
Além disso, a postura de Moro em relação à justiça e sua definição de “técnico e independente” são questionáveis, visto que o próprio ministro não reconhece a imparcialidade do tribunal quando as decisões não o beneficiam. Ainda assim, a polêmica em torno do julgamento de Moro no TSE levanta questões sobre a integridade e imparcialidade das instituições judiciais.
Em outro cenário, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por três votos a dois, extinguir uma ação contra o ex-ministro José Dirceu, condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na 13ª Vara Federal de Curitiba, então comandada por Sérgio Moro. A maioria dos ministros entendeu que o crime estava prescrito, resultando na extinção da ação.
Diante desses acontecimentos, fica claro que a atuação do poder judiciário brasileiro está sob escrutínio. As decisões controversas e os embates políticos envolvendo figuras públicas como Moro e Dirceu colocam em xeque a independência e a imparcialidade do sistema judiciário do país. A sociedade aguarda por respostas e esclarecimentos, enquanto o debate sobre a justiça e o Estado de Direito se intensifica no cenário político nacional.