Repórter São Paulo – SP – Brasil

Remédio sem patente para malária disponível no SUS: opção inovadora para tratamento infantil na região amazônica.

Um medicamento inovador, desenvolvido com base nos princípios da ciência aberta, sem fins lucrativos e livre de patentes, tornou-se a primeira opção de tratamento para crianças com malária no Brasil. Distribuído gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em toda a região amazônica a partir do mês de junho, esse fármaco é fruto de mais de duas décadas de pesquisa e debate, liderados pela ONG Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi) e pelo Farmanguinhos-Fiocruz.

Além da distribuição nacional, os responsáveis por essa inovação se comprometeram a compartilhar a formulação do medicamento com qualquer entidade interessada em produzi-lo para outros países. Uma empresa da Índia já passou pelo processo de transferência de tecnologia e fabrica o remédio para nações asiáticas onde a malária também representa um problema de saúde pública.

A malária, doença causada pelo protozoário Plasmodium e transmitida pela picada do mosquito Anopheles, afeta principalmente crianças, sendo estas um dos grupos mais vulneráveis. Os sintomas vão desde febre alta e calafrios até convulsões e hemorragias, mostrando a gravidade e a necessidade de tratamento eficaz.

A nova terapia, chamada artesunato + mefloquina (ASMQ), apresenta vantagens como um tempo de tratamento reduzido, doses padronizadas especialmente para crianças e menor risco de resistência do parasita aos efeitos do medicamento. Essas características posicionam o ASMQ como um avanço significativo no tratamento da malária.

Diante da urgência e da crescente resistência dos protozoários aos tratamentos disponíveis, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou para a necessidade de desenvolver soluções inovadoras. O ASMQ surge nesse contexto como uma resposta eficiente e segura para o tratamento da malária, especialmente nas regiões onde a doença é mais prevalente.

Portanto, a disponibilização desse medicamento representa não apenas um marco no combate à malária, mas também um exemplo de cooperação e inovação no desenvolvimento de tratamentos para doenças negligenciadas. A parceria entre instituições de pesquisa, organizações não governamentais e agências reguladoras é essencial para garantir a eficácia e a acessibilidade de novas terapias, contribuindo para a saúde e bem-estar das populações mais vulneráveis.

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