O projeto em questão, que será votado pela Assembleia Popular Nacional chinesa, busca dar ao Partido Comunista maior controle sobre estruturas de Estado. Caso seja aprovado, o partido terá ainda mais influência sobre questões de governança, economia e tecnologia, ampliando sua centralidade nas decisões de Estado em todos os níveis governamentais.
Muitos podem subestimar a importância desse evento, afinal, não é o Partido Comunista que governa a China desde 1949? Sim e não. Embora o partido tenha influência significativa nas decisões estratégicas, a separação entre Estado e partido costuma ser mais clara. No entanto, com Xi Jinping, essa linha tem se tornado cada vez mais tênue, o que causa confusão para aqueles menos familiarizados com o sistema político chinês.
Entender o funcionamento das instituições chinesas e do Partido Comunista é essencial para compreender a China em sua totalidade. No entanto, muitas vezes essa política doméstica é negligenciada em detrimento de manchetes mais sensacionalistas sobre as ações externas do país. A abordagem de Xi Jinping, cada vez mais centralizadora, é um reflexo da evolução do Partido Comunista Chinês, que possui milhões de membros e não é um monolito.
Relacionar-se com a China implica em entender não apenas suas ações externas, mas também seu funcionamento interno. As repercussões de decisões como a reforma estrutural em discussão durante as Duas Sessões podem ser duradouras e impactar não apenas a política interna chinesa, mas também a economia global. Portanto, é fundamental olhar para além das manchetes e compreender as nuances do sistema político chinês para estabelecer uma perspectiva mais ampla e informada sobre o país.