Repórter São Paulo – SP – Brasil

Reflexões sobre a importância do “não” na jornada de recuperação: escolhas, desafios e as consequências de não resistir.

Recentemente, tive que lidar com a difícil tarefa de dizer não em diversas situações em minha vida. Desde a recusa de ofertas de bebidas durante o período de recuperação até decisões cruciais em minha carreira profissional, a palavra “não” tem se tornado um aspecto libertador em minha jornada rumo à sobriedade.

Em um momento crucial, me deparei com a oportunidade de trabalhar em Tóquio, durante as Olimpíadas, em meio a pandemia da Covid-19. A princípio, a proposta parecia irresistível, porém, ao refletir mais profundamente, percebi que a minha segurança e bem-estar estavam acima do que os outros poderiam pensar sobre a minha decisão. Optei por não aceitar a oportunidade e, mesmo inicialmente tendo alguns momentos de arrependimento, logo percebi que havia tomado a melhor decisão para mim.

Posteriormente, fui confrontado com outra oferta profissional que, apesar de promissora, me levava a situações que poderiam desencadear sentimentos de depressão e estresse. Após uma análise cuidadosa e conversas com outras pessoas, decidi que era hora de dizer não e me desligar. O medo do desconhecido e o receio do que poderia perder no processo eram naturalmente presentes, mas o sentimento de arrependimento não faz parte do meu vocabulário de recuperação.

Assim como nas decisões profissionais, a abstinência de álcool também exige a capacidade de recusar convites tentadores e reconhecer os malefícios que a bebida trazia para a minha vida. Mesmo diante da pressão de alguns indivíduos em meu círculo social, a minha sobriedade se tornou prioridade, resultando em uma melhora significativa nas minhas relações e no meu bem-estar.

É crucial lembrar dos desafios enfrentados durante a minha jornada de recuperação, incluindo um episódio marcante de internação em uma clínica especializada. As cicatrizes desse período servem como lembrete constante da importância de dizer não quando necessário para preservar a minha saúde física e mental.

No final das contas, a capacidade de dizer não representa um ato de autocuidado e autoconhecimento essencial. Aprendi que recusar certas oportunidades ou situações que não condizem com meus valores e objetivos atuais é fundamental para manter o foco em minha recuperação e bem-estar geral. A cada dia, sigo em frente com a certeza de que a palavra não, quando utilizada com sabedoria, pode abrir caminhos e possibilitar novas oportunidades no futuro.

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