Dentro do partido, as divergências internas têm sido exploradas por adversários e ventiladas pelo deputado federal Lindbergh Farias, do PT, que compartilhou as declarações de elogios de Costa Neto a Lula. Aliados do dirigente acreditam que o maior beneficiário das críticas de Bolsonaro é a pré-campanha de Guilherme Boulos, do PSOL, em São Paulo. O partido articula indicar o vice na chapa do prefeito Ricardo Nunes, do MDB.
As perspectivas de oposição e prejuízos para a campanha pela reeleição de Nunes ecoam também em São Paulo, onde há rumores de que Bolsonaro possa incentivar o deputado federal Ricardo Salles a se lançar como candidato por outro partido, o que dividiria os votos da direita na cidade. O ambiente hostil de divergências internas coloca em cheque a força política que o PL historicamente deteve, ligada ao centrão, e que foi transformada no maior partido da Câmara dos Deputados com a entrada de Bolsonaro.
Acirramentos de opiniões envolvendo as candidaturas em algumas capitais, como Goiânia, mostram a competição entre Bolsonaro e Valdemar em torno dos nomes a serem apoiados. Nessa disputa interna, prevalece a vontade do dirigente, mesmo diante da defesa de Bolsonaro por candidatos próprios. Apesar das divergências, aliados dos dois se esforçam para dividir as cidades que são relevantes para cada um.
Diante deste cenário, Bolsonaro comparou sua relação com Valdemar a um casamento, reforçando o papel do dirigente como comandante do partido. Em meio a essas tensões, encontros e conversas por WhatsApp entre Bolsonaro e Costa Neto após a repercussão do vídeo com os elogios a Lula tentam amenizar as tensões. Mesmo assim, aliados dos dois buscam evitar novos atritos e enfraquecimento das alianças partidárias em função desse desentendimento público.
