A sexta e última temporada de “The Crown”, série da Netflix, foi lançada esta quinta-feira (16/11) e tem sido duramente criticada por críticos e historiadores. Os quatro primeiros episódios, revelados recentemente, não atenderam às expectativas e desagraram os espectadores. Com um total de dez episódios, a segunda metade da temporada final está prevista para lançamento no dia 14 de dezembro.
A temporada final explora eventos que ocorrerem no final dos anos 1990. Entre eles, o foco principal está no relacionamento da princesa Diana com o produtor cinematográfico e empresário egípcio Dodi Fayed, que resultou em sua trágica morte em um acidente de carro em Paris. A série também retrata o fantasma de Diana aparecendo para o Príncipe Charles e a Rainha Elizabeth 2ª, gerando controvérsia e incômodo entre os críticos.
Críticas como a do jornal britânico The Guardian, que descreveu a temporada final de “The Crown” como “um texto fraco obcecado por Diana”, refletiram um sentimento predominantemente negativo em relação à série. Muitos críticos alegam que o foco excessivo no conturbado relacionamento entre Diana e o Príncipe Charles desviou a série do que um dia foi uma narrativa poderosa e emocionante.
Anita Singh, do jornal britânico The Telegraph, ressaltou que a nova temporada está “assombrada pelo fantasma bizarro da princesa Diana” e que o uso desse elemento por parte do escritor Peter Morgan, criador da série, parece ser um desespero por parte do roteirista. Com o acidente de carro que resultou na morte de Diana, Singh expandiu a crítica ao afirmar que a série falhou na abordagem desse acontecimento sensível, usando dublagens e evitando filmar cenas no túnel Pont d’Alma, local da tragédia.
Apesar das críticas, a atuação de Elizabeth Debicki como Diana recebeu elogios, com Carol Midgley, do jornal britânico The Times, descrevendo a performance como excelente. Por outro lado, outras questões de imprecisão histórica e invenções de papéis foram levantadas por historiadores, que se mostraram decepcionados com a abordagem da série. A acusação de que “The Crown” inventou o papel fundamental de Dodi na relação entre Diana e Dodi e a enfatização da figura maquiavélica intrigante de Mohamed Al-Fayed foram aspectos particularmente criticados.
A segunda parte da temporada final, que será lançada em dezembro, continuará a abordar eventos significantes que abalarão ainda mais a visão singular dos espectadores. O crítico Daniel Feinberg também questionou o retrato de outros personagens, que acabaram se distanciando da forma como são popularmente conhecidos. Portanto, a série parece estar enfrentando dificuldades e decepcionando tanto críticos quanto historiadores. O futuro da obra, contudo, permanece incerto.
