Repórter São Paulo – SP – Brasil

Putin e Kim Jong-un fortalecem laços de defesa em cúpula na Coreia do Norte, aumentando tensões com os EUA e aliados.

O presidente russo, Vladimir Putin, e o ditador norte-coreano Kim Jong-un deram início a uma cúpula bilateral nesta quarta-feira (19) com o objetivo de fortalecer os laços de defesa entre seus países, ambos detentores de armas nucleares. Em meio à ofensiva militar de Moscou na Ucrânia, Putin destacou que a Rússia está combatendo a política “hegemônica e imperialista” dos Estados Unidos e de seus aliados.

Esta é a primeira visita de Putin à capital da Coreia do Norte em 24 anos, e a reunião de cúpula entre ele e Kim aconteceu após uma cerimônia de boas-vindas na praça Kim Il Sung, em Pyongyang. Durante o encontro, os líderes prometeram fortalecer os laços entre seus países.

Como parte da visita, Putin ordenou o início de um exercício militar de dez dias com 40 navios e 20 aeronaves da Frota do Pacífico da Rússia nas águas ao redor da península coreana e do Japão, regiões que abrigam quase 80 mil militares americanos.

A cúpula entre Putin e Kim foi marcada por uma cerimônia de boas-vindas decorada com bandeiras da Rússia e da Coreia do Norte, além de grandes retratos dos dois líderes. Os líderes se encontraram na Casa Estatal de Hóspedes Kumsusan, onde se espera que assinem um “acordo estratégico”.

Antes de iniciar a viagem, Putin elogiou o apoio firme da Coreia do Norte à operação militar da Rússia na Ucrânia. Moscou e Pyongyang são aliados desde o final da Guerra da Coreia e têm fortalecido seus laços desde o início da invasão russa do território ucraniano em fevereiro de 2022.

A visita de Putin à Coreia do Norte despertou preocupações nos países ocidentais, que acusam os norte-coreanos de fornecer munições à Rússia em troca de assistência tecnológica, diplomática e alimentar. O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, e o Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca demonstraram preocupação com a relação entre os dois países.

O chanceler russo Serguéi Lavrov e o ministro da Defesa, Andrei Belousov, acompanharam Putin na viagem. O líder russo, que enfrenta uma ordem de prisão do Tribunal Penal Internacional, reduziu suas viagens ao exterior, fazendo visitas estratégicas a aliados como a China.

O ministro ucraniano dos Assuntos Exteriores, Dmytro Kuleba, pediu à comunidade internacional para se opor à relação entre Putin e Kim Jong-un, incentivando o envio de mais armas para a Ucrânia como forma de fortalecer a paz duradoura na região. A cúpula entre Putin e Kim foi vista como um evento crucial para ambas as nações, sujeitas a sanções ocidentais, com a possível assinatura de um “acordo de cooperação estratégica global”.

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