A aprovação da referida lei foi marcada por uma jornada exaustiva, com o corte de mais de 200 artigos, e a aprovação no final da tarde de sexta-feira. No entanto, a decisão final sobre a lei será tomada após a continuação do debate artigo por artigo até terça-feira, quando será decidido se a lei será enviada ao Senado.
Os protestos e manifestações que têm ocorrido na capital argentina são frequentes e causam grande divisão na população. Enquanto organizações sociais enxergam os protestos como uma forma de expressar insatisfação com questões como inflação e falta de ajuda do Estado, a classe média e média alta os veem como um incômodo que prejudica suas atividades diárias.
A atual ministra de Segurança, Patricia Bullrich, prometeu acabar com os bloqueios nas ruas causados pelos protestos, uma postura que tem angariado apoio entre a classe média e média alta. No entanto, a repressão brutal aos protestos tem gerado preocupação e críticas, reforçando a divisão na sociedade argentina.
Os confrontos e a violência nos protestos têm lembrado a população de episódios passados, como os enfrentamentos durante a aprovação da legislação proposta pelo governo de Mauricio Macri em 2017. Estes eventos também têm despertado críticas às forças de segurança e à forma como lidam com as manifestações.
Diante disso, as últimas madrugadas na Argentina têm sido marcadas por um sentimento de déjà vu, uma sensação de que a violência e os confrontos são parte recorrente da história do país. A desinformação e a falta de comunicação por parte do governo têm contribuído para a escalada dos problemas, enquanto um debate mais civilizado e menos violento é defendido como uma necessidade para a busca de soluções para os desafios enfrentados pela Argentina.