Repórter São Paulo – SP – Brasil

Protestos na Argentina: Lei Ônibus aprovada após violência policial; debate continua no Congresso

A Argentina enfrenta um momento de tensão e violência que remete aos traumas da crise de 2001, quando 39 pessoas morreram e centenas ficaram feridas. Os protestos contra a “Lei de Bases e Pontos de Partida para a Liberdade dos Argentinos”, apelidada de “lei ônibus”, têm gerado uma repressão desproporcional por parte das forças de segurança governamentais em Buenos Aires.

A aprovação da referida lei foi marcada por uma jornada exaustiva, com o corte de mais de 200 artigos, e a aprovação no final da tarde de sexta-feira. No entanto, a decisão final sobre a lei será tomada após a continuação do debate artigo por artigo até terça-feira, quando será decidido se a lei será enviada ao Senado.

Os protestos e manifestações que têm ocorrido na capital argentina são frequentes e causam grande divisão na população. Enquanto organizações sociais enxergam os protestos como uma forma de expressar insatisfação com questões como inflação e falta de ajuda do Estado, a classe média e média alta os veem como um incômodo que prejudica suas atividades diárias.

A atual ministra de Segurança, Patricia Bullrich, prometeu acabar com os bloqueios nas ruas causados pelos protestos, uma postura que tem angariado apoio entre a classe média e média alta. No entanto, a repressão brutal aos protestos tem gerado preocupação e críticas, reforçando a divisão na sociedade argentina.

Os confrontos e a violência nos protestos têm lembrado a população de episódios passados, como os enfrentamentos durante a aprovação da legislação proposta pelo governo de Mauricio Macri em 2017. Estes eventos também têm despertado críticas às forças de segurança e à forma como lidam com as manifestações.

Diante disso, as últimas madrugadas na Argentina têm sido marcadas por um sentimento de déjà vu, uma sensação de que a violência e os confrontos são parte recorrente da história do país. A desinformação e a falta de comunicação por parte do governo têm contribuído para a escalada dos problemas, enquanto um debate mais civilizado e menos violento é defendido como uma necessidade para a busca de soluções para os desafios enfrentados pela Argentina.

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