Entre os principais motivos que têm levado à revolta estão o aumento dos aluguéis, os preços exorbitantes dos imóveis, o desaparecimento do comércio local e as preocupações ambientais relacionadas ao uso excessivo dos recursos naturais. Esses problemas têm gerado inquietação e revolta entre os residentes, que veem suas cidades serem transformadas para atender às demandas do turismo.
Embora o turismo seja uma importante fonte de renda para esses locais, a distribuição desigual dos benefícios é evidente. O pesquisador Sebastian Zenker ressalta que, enquanto alguns lucram com o setor, a maioria dos residentes não vê benefícios concretos. Os altos preços, os salários baixos e a falta de equilíbrio na relação entre turistas e moradores têm intensificado as tensões nessas cidades.
Na União Europeia, o turismo representa cerca de 10% do Produto Interno Bruto e gera aproximadamente 12,3 milhões de empregos. No entanto, a realidade para muitos moradores locais é de dificuldade e desigualdade. Em países como Itália, Portugal e Espanha, os salários mínimos muitas vezes não são suficientes para garantir uma vida digna diante do aumento dos custos de vida causados pelo turismo.
Diante desse cenário, é urgente que as autoridades e a indústria do turismo repensem suas práticas e políticas para garantir a sustentabilidade e o bem-estar das comunidades locais, buscando um equilíbrio que beneficie tanto os visitantes quanto os residentes. A conscientização e o diálogo são essenciais para encontrar soluções que promovam um turismo mais justo e responsável.