Repórter São Paulo – SP – Brasil

Prorrogação de benefícios fiscais para montadoras é aprovada no Senado após intensa disputa no Congresso e lobby poderoso.

Em uma votação acirrada e controversa, a prorrogação dos benefícios fiscais para montadoras instaladas no Sul e Sudeste foi aprovada no Senado. Apesar de ter sido rejeitada por um voto na Câmara dos Deputados, o lobby intenso no Senado foi crucial para a aprovação da medida, que estende os incentivos até o ano de 2032.

Os benefícios fiscais foram fundamentais para atrair montadoras para essas regiões, com a redução generosa de ICMS feita pelos governadores. Grandes fabricantes como Ford, Caoa, HPE (atual Stellantis) encontraram nestes estados um ambiente propício para instalar suas linhas de produção. No entanto, a realidade do mercado mostrou-se desafiadora, com falta de demanda por veículos e de fornecedores nessas regiões menos desenvolvidas.

Um exemplo disso foi o fechamento da fábrica da Ford na Bahia, mesmo com todos os esforços do governo local e federal para mantê-la em funcionamento. A unidade ficou parada por três anos antes de ser assumida pelos chineses da BYD, que também buscam benefícios fiscais. Segundo o Tribunal de Contas da União, os programas de incentivos regionais já custaram R$ 50 bilhões aos cofres públicos, resultando em poucos empregos gerados.

Apesar disso, os lobbies das montadoras continuam fortes no Congresso e no governo federal, impedindo uma reflexão mais profunda sobre a eficácia desses incentivos. Muitos questionam se esse dinheiro não poderia ser melhor investido em setores onde o Nordeste poderia ser mais bem-sucedido, como o turismo. A disputa entre os interesses das montadoras e o desenvolvimento regional continua sendo um desafio para o país, que precisa encontrar um equilíbrio entre incentivar a indústria e promover o crescimento em outras áreas.

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