Prorrogação da proibição da Al Jazeera em Israel por representar ameaça à segurança nacional gera debate judicial e polêmica

A proibição das operações da Al Jazeera em Israel foi prorrogada por mais 45 dias pelo regulador de telecomunicações do país, como resultado de uma avaliação realizada pelo gabinete do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, que considerou as transmissões da emissora uma ameaça à segurança nacional.

A situação teve início em 5 de maio, quando autoridades israelenses invadiram um quarto de hotel em Jerusalém, utilizado pela Al Jazeera como escritório, e anunciaram o fechamento das operações enquanto a guerra na Faixa de Gaza estivesse em andamento. Imagens divulgadas nas redes sociais mostram policiais desmontando equipamentos de câmera durante a ação.

O Parlamento de Israel, em abril, ratificou uma lei que permitia o fechamento temporário de emissoras estrangeiras consideradas uma ameaça à segurança nacional. Em resposta a uma petição apresentada pela Al Jazeera contra o fechamento da emissora, a Suprema Corte de Israel descreveu a medida como “estabelecedora de precedentes” e deu ao governo prazo até 8 de agosto para justificar a validade da lei que proíbe emissores estrangeiros de prejudicar a segurança nacional.

A Al Jazeera contestou a acusação de incitar violência ou terrorismo e considerou a proibição desproporcional. A emissora pretende recorrer da prorrogação da proibição. Financiada pelo emirado do Qatar, a rede tem sido crítica à operação militar israelense em Gaza, onde realiza transmissões ao vivo.

Autoridades israelenses, por outro lado, acusam a Al Jazeera de promover os objetivos do grupo terrorista Hamas. O Ministério das Comunicações de Israel anunciou que as transmissões do canal em empresas de cabo e satélite, bem como o acesso aos sites, continuarão bloqueados.

O ministro das Comunicações, Shlomo Karhi, defendeu a decisão de proibir a Al Jazeera, alegando que o canal representa uma ameaça à segurança nacional de Israel. A Al Jazeera, por sua vez, rejeitou as acusações e críticas do ministro e afirmou que continuará sua batalha legal contra a proibição de suas operações no país.

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