Proposta de revogar lei do aborto na Argentina gera controvérsia e impacta direitos das mulheres, denunciam entidades feministas.

Uma polêmica envolvendo o presidente Javier Milei está agitando a Argentina. Desde que assumiu o cargo, em dezembro do ano passado, o direito ao aborto no país tem sido ameaçado por suas opiniões e decisões. Milei é conhecido por ser contra a interrupção voluntária da gravidez e tem reiterado sua posição publicamente, o que tem gerado críticas de entidades feministas.

Recentemente, o governo tentou se desvincular de um projeto que visava revogar a lei do aborto e punir as gestantes que fizessem o procedimento, devido à repercussão negativa. No entanto, tanto o presidente Milei quanto sua vice, Victoria Villarruel, têm expressado opiniões firmes contra o procedimento, o que acabou fortalecendo a proposta apresentada pelo partido de Milei no Congresso, o Liberdade Avança.

Os líderes políticos argentinos têm utilizado dados controversos para embasar seus argumentos. Enquanto Milei e Villaruel afirmam que 245 mil abortos legais foram realizados no país desde a aprovação da lei, o Ministério da Saúde divulgou números bem menores, indicando que cerca de 70 mil procedimentos foram feitos no sistema público em 2023.

Além disso, o acesso aos medicamentos necessários para a realização do aborto tem sido uma preocupação. A médica Pilar Galende, da Federação Argentina de Medicina Geral, alertou para a falta de alguns remédios no sistema de saúde, colocando em risco o ecossistema de apoio ao procedimento.

Com opiniões divergentes e dados conflitantes, a questão do aborto na Argentina segue sendo um tema sensível e em constante debate. Enquanto ativistas lutam pelos direitos das mulheres, políticos como Javier Milei continuam promovendo uma agenda conservadora que ameaça a garantia do direito ao aborto no país.

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