Projeto de Constituição elaborado pela esquerda é rejeitado por 62% dos chilenos em votação histórica.

No mês de setembro de 2022, as urnas chilenas rejeitaram por uma larga margem de 62% um projeto de Constituição elaborado pela Assembleia Constituinte, dominada por forças políticas de esquerda. Este texto propunha profundas mudanças e transformações apoiadas pelo governo de Gabriel Boric.

Segundo uma fala do presidente do partido de direita União Democrata Independente (UDI), Javier Macaya, a rejeição do projeto proposto pela Assembleia é uma confirmação democrática, uma vez que este seria o segundo documento constitucional a ser rejeitado nas urnas. Este texto proposto reduzia o peso do Estado, limitava alguns direitos, como o aborto terapêutico, e endurecia o tratamento aos migrantes.

Por sua vez, o presidente Boric, após votar em sua cidade natal, Punta Arenas, expressou que, independentemente do resultado nas urnas, o processo eleitoral fortalece a democracia do país.

Esta votação ocorre num contexto de intensos protestos sociais e políticos no Chile, desencadeados há quatro anos por uma explosão de manifestações por maior igualdade social, especialmente após o movimento de outubro de 2019.

Este resultado demonstra divisões políticas profundas no país, refletindo a polarização que se estabeleceu após anos de convulsão social e mudanças políticas na nação sul-americana. A rejeição do projeto é um sinal claro do descontentamento de uma parte significativa da população com as propostas de transformação social e política apresentadas.

A incerteza política e social no Chile parece longe de se dissipar, já que as tensões persistem e as divisões políticas continuam a se manifestar de maneira cada vez mais intensa. A rejeição do projeto de Constituição proposto pela Assembleia Constituinte é mais uma etapa deste processo de transformações profundas que o país vem enfrentando nos últimos anos.

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