O relator do projeto, Rodrigo Cunha (Podemos-AL), considerou o assunto uma matéria estranha ao projeto do Mover, de mobilidade verde, e optou por retirar a taxação de suas considerações. No entanto, a decisão de Cunha não foi discutida previamente com líderes do Senado ou com o governo, o que gerou a necessidade de adiamento e busca por um entendimento entre as partes.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), acolheu o pedido de adiamento feito por Jaques Wagner e outros líderes da Casa. A votação está prevista para ser retomada no dia seguinte, quarta-feira (5). Caso Cunha não concorde em fazer alterações em seu relatório, a estratégia é que diferentes partidos e o governo solicitem destaque para manter o texto da Câmara e encaminhar o projeto para sanção.
Uma das preocupações que levaram à pressa na votação é a vigência do Programa Mover, iniciativa que visa descarbonizar os veículos brasileiros e promover a sustentabilidade no transporte. O programa, instituído por medida provisória do governo Lula, perdeu a validade recentemente, o que torna urgente a inclusão de uma manobra redacional no projeto.
Além disso, há trechos no texto que o presidente Lula pretende vetar, como um jabuti sobre a exploração de petróleo e gás no Brasil. Outro ponto relevante é a taxação de compras internacionais até US$ 50, que não seria alvo de veto e estava previamente acordada entre o presidente da Câmara, Arthur Lira, e Lula.
Em resumo, a votação da polêmica taxação de compras internacionais foi adiada no Senado em meio a debates e pressões de diferentes atores políticos e setores da sociedade. A decisão final sobre o projeto e suas consequências para a economia e o comércio internacional aguardam os desdobramentos dos próximos dias e a definição dos rumos do governo.
