De acordo com Dias, o Brasil deixou o Mapa da Fome em 2014 durante o governo de Dilma Rousseff, mas retornou em 2018, o que foi considerado um retrocesso inédito no mundo. Segundo relatório da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), cerca de 10,1 milhões de brasileiros passaram fome nos últimos dois anos, correspondendo a 4,7% da população. Para sair do Mapa da Fome, o país precisa reduzir essa taxa para menos de 2,5% da população, o que significa diminuir o número de pessoas que passam fome para cerca de 5,5 milhões.
O governo lançou o plano “Brasil Sem Fome” como parte dos esforços para combater a insegurança alimentar. O plano inclui programas que já estão em execução e novas iniciativas para reduzir a fome no país. Uma das metas do plano é reduzir a menos de 5% o percentual de domicílios em situação de insegurança alimentar grave, que atualmente é de 9,9%.
Uma das estratégias do governo é fortalecer o Bolsa Família, programa que garante um valor mínimo por integrante da família beneficiária. O ministro Dias destacou que o fortalecimento das transferências de renda permitiu que 18,5 milhões de pessoas saíssem da linha da pobreza neste ano. No entanto, o pagamento do benefício não é suficiente para resolver situações mais graves de insegurança alimentar.
Para ampliar a eficiência das medidas de combate à fome, o governo pretende integrar as redes do SUS (Sistema Único de Saúde) e do SUAS (Sistema Único de Assistência Social) para identificar e ajudar pessoas em situação de desnutrição. Além disso, o plano prevê medidas como reforçar a alimentação escolar e aumentar a compra de produtos locais para a rede pública.
O governo também está trabalhando no desenvolvimento de um monitoramento constante da fome no país. A equipe do ministro Dias está buscando formas de incorporar a metodologia da FAO em suas pesquisas e produzir estatísticas de insegurança alimentar por município, com recortes por gênero, faixa etária e raça. Isso permitirá direcionar os esforços para locais onde o problema é mais grave.
O plano “Brasil Sem Fome” não deve gerar novas despesas públicas, mas sim adotar medidas para evitar fraudes nos cadastros de programas sociais, como o Bolsa Família. O governo irá investir em um sistema para reunir dados dos programas sociais, o que permitirá fortalecer as políticas públicas já existentes.
Para o ministro Dias, a redução da fome e da pobreza no Brasil são também parte da estratégia econômica do país. Ele enfatiza que o diálogo com outros ministros, como Fernando Haddad e Simone Tebet, é constante, visando a elevação de renda dos mais pobres e o aquecimento da atividade econômica.
O lançamento oficial do plano “Brasil Sem Fome” será nesta quinta-feira (31) no Piauí, terra natal do ministro Dias e local onde foi inaugurado o programa Fome Zero durante o primeiro mandato de Lula. O governo está otimista em relação aos resultados e acredita que o país estará novamente no caminho de sair do Mapa da Fome até 2026.