Professor de economia Paulo Picchetti e servidor Rodrigo Alves Teixeira são escolhidos por Lula para diretoria do Banco Central

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), escolheu o professor de economia Paulo Picchetti e o servidor Rodrigo Alves Teixeira para ocuparem as duas vagas que ficarão disponíveis na diretoria do Banco Central a partir do próximo ano. A substituição será necessária com o término dos mandatos de Fernanda Guardado e Mauricio Moura no dia 31 de dezembro.

O anúncio foi feito pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em uma entrevista coletiva realizada pela manhã na sede do ministério em Brasília. Dario Durigan, secretário-executivo da Fazenda, também estava presente na coletiva.

Paulo Picchetti é especialista em econometria, análise de ciclos econômicos e índices de preços. Atualmente, é professor na Escola de Economia de São Paulo, ligada à Fundação Getulio Vargas (FGV). Ele coordenou o índice de preços na Fipe e atualmente exerce função similar na FGV Ibre, onde coordena o IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor – Semanal). Sua autoridade no assunto é reconhecida pelos colegas de profissão. Picchetti também possui mestrado em economia pela USP e doutorado em economia pela Universidade de Illinois, nos Estados Unidos.

Rodrigo Alves Teixeira é servidor de carreira do Banco Central e atualmente ocupa o cargo de secretário especial adjunto de Análise Governamental na Casa Civil. Além disso, é professor no departamento de economia da PUC-SP. No entanto, sua possível indicação não foi bem recebida por alguns servidores do BC, que acreditam que ele trabalhou pouco tempo na instituição e não é um nome com a experiência de 20 anos que seria desejada.

Outro ponto de insatisfação é a perda de representatividade feminina, já que com a saída de Fernanda Guardado, só restará Carolina de Assis como a única mulher entre os nove membros do colegiado do Banco Central em 2024.

De acordo com a lei da autonomia do Banco Central, aprovada em 2021, cabe ao presidente da República indicar os nomes para a diretoria da instituição, que posteriormente passam por sabatina no Senado e, se aprovados, são nomeados.

O ministro Fernando Haddad afirmou na semana passada que os nomes já tinham o aval de Lula e que o anúncio seria feito em breve. No entanto, o presidente declarou que não tinha pressa para fazer as indicações, destacando a importância de escolher pessoas competentes para exercerem as funções.

Apesar da declaração de Lula, o governo pretende acelerar o processo de sabatina dos indicados para que eles possam participar do primeiro encontro do Copom em 2024, que está agendado para os dias 30 e 31 de janeiro.

Com a nomeação dos novos diretores, o Banco Central passará a ter quatro diretores escolhidos por Lula entre os nove membros do colegiado. A expectativa é que eles contribuam para a redução dos juros, uma das metas do governo petista, em um contexto de incerteza econômica internacional que tem levantado discussões sobre a possibilidade de ajuste na política monetária.

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