A transação foi marcada por números expressivos: a Sabesp, com 28,4 milhões de clientes em 375 municípios, é uma das maiores empresas do setor no mundo. A venda de 32,3% de suas ações rendeu ao governo paulista o montante de R$ 14,8 bilhões e despertou grande interesse, superando inclusive a privatização da Petrobras.
No entanto, a privatização da Sabesp gerou polêmica. Enquanto alguns defendem que a iniciativa privada pode proporcionar mais investimentos e eficiência ao setor, outros temem que a privatização resulte no aumento das tarifas e prejudique o acesso da população à água e esgoto.
A decisão de privatizar a Sabesp foi impulsionada pela aprovação do Marco do Saneamento há quatro anos, que visa atrair investimentos privados para ampliar a cobertura de água encanada e coleta de esgoto. No entanto, a Sabesp possuía uma boa reputação, com 98% da população atendida com água encanada e 93% com coleta de esgoto, o que levou parte da população a se posicionar contra a privatização.
O modelo adotado para a privatização consistiu em transmitir a gestão da Sabesp a uma acionista de referência, que adquiriu 15% das ações, e pulverizar outros 17,3% no mercado. O valor de R$ 67 por ação foi determinado para ambas as vendas, resultando em uma arrecadação total de R$ 14,8 bilhões.
A questão agora é saber se a privatização da Sabesp trará os resultados esperados pelo governo. Enquanto alguns especialistas apontam os benefícios da atuação de empresas privadas no setor de saneamento, outros ressaltam que a Sabesp já era uma empresa bem gerida e que a privatização pode não trazer os mesmos impactos positivos.
Diante das controvérsias e críticas, o futuro da Sabesp sob gestão privada permanece incerto. Resta aguardar os desdobramentos e acompanhar de perto os efeitos dessa privatização no serviço de saneamento básico em São Paulo.