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Prisão do fundador do Telegram na França causa temor na Rússia: chaves de encriptação podem cair nas mãos da inteligência ocidental

Na atualidade, com o avanço tecnológico e a virtualização de diversos serviços, até mesmo as operações militares passaram a depender da tecnologia. Observadores afirmam que as tropas russas, diante da falta de um sistema moderno de gestão do campo de batalha, passaram a utilizar o aplicativo de mensagens Telegram em suas operações diárias.

Recentemente, a prisão do fundador do Telegram na França gerou preocupação tanto nas autoridades russas quanto nos propagandistas de guerra do país. Há um receio de que Pavel Durov, criador do aplicativo, possa entregar as chaves de encriptação aos serviços de inteligência ocidentais. Esse temor é compartilhado por influentes blogueiros pró-guerra em Moscou, que consideram que seria um “desastre absoluto” se as informações do Telegram caíssem em mãos estrangeiras.

Pavel Durov é conhecido por sua defesa da confidencialidade na internet e pela resistência à moderação de sua plataforma. Em 2018, o governo russo tentou bloquear o Telegram, mas acabou desistindo dois anos depois. Para muitos, o Telegram se tornou essencial nas comunicações militares russas, funcionando como uma alternativa às vias tradicionais de transmissão de dados sensíveis.

O blogueiro pró-guerra Andrei Medvedev destaca que o Telegram emergiu como o “principal mensageiro” durante a invasão russa na Ucrânia, suprindo as necessidades de comunicação das tropas. Já o diretor do Centro para o Desenvolvimento de Tecnologias de Transporte em Moscou, Alexei Rogozin, brinca ao dizer que a prisão de Durov seria equivalente à “prisão do diretor de comunicações das Forças Armadas” russas.

Diante desse contexto, fica evidente a relevância do Telegram no cenário militar contemporâneo, mostrando como a tecnologia pode influenciar as estratégias e táticas de combate das forças armadas de um país.

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