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Presos da Penitenciária I de Franco da Rocha iniciam motim em protesto contra opressão e direção do presídio

Na tarde deste sábado (20), detentos da Penitenciária I de Franco da Rocha, localizada na Grande São Paulo, protagonizaram um motim que mobilizou a atuação da Polícia Militar e das equipes do Grupo de Intervenção Rápida da Secretaria da Administração Penitenciária. O motim teria sido desencadeado pelos próprios presos, que alegaram sofrer opressão no ambiente prisional. Cartazes e lençóis com a frase “chega de opressão” foram espalhados no chão, juntamente com a sigla do Primeiro Comando da Capital (PCC), indicando uma possível vinculação dos detentos com a facção criminosa.

Agentes do GIR precisaram intervir, chegando ao extremo de disparar balas de borracha contra os detentos rebelados. As queixas dos presos também incluíam críticas direcionadas aos diretores da penitenciária, o que evidencia um clima de insatisfação e tensão no sistema prisional da região. Para amplificar o caos, os detentos atearam fogo em objetos, demandando a intervenção do Corpo de Bombeiros.

A Secretaria da Administração Penitenciária informou que não houve registro de reféns durante o motim. Este episódio de rebelião surge em meio a um contexto já conturbado, com um recente motim na capital paulista desencadeado pela remoção de presos. A transferência de detentos do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) Butantan, que se encontrava superlotado, foi o estopim para essa nova onda de violência nas unidades prisionais.

A gestão Tarcísio de Freitas iniciou as transferências após uma série de fugas, identificando erros de procedimento por parte dos funcionários da SAP. O CPP do Butantã, destinado ao regime semiaberto, tinha capacidade para 1.412 presos, porém abrigava 1.494 detentos na última sexta-feira (19). Durante a semana, a SAP anunciou que o imóvel não será desativado, mas passará por ajustes visando uma melhor adequação da estrutura e da população carcerária.

O CPP Butantã, que antes abrigava mulheres, hoje recebe presos transferidos da Penitenciária I de Franco da Rocha. Em 2021, denúncias do sindicato apontaram para problemas estruturais graves na unidade, com riscos de desabamento. Esses eventos refletem a complexidade do sistema prisional no estado de São Paulo e exigem medidas urgentes para garantir a segurança e a integridade de todos os envolvidos.

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