Presidente Lula veta atos pelos 60 anos do golpe militar e gera reações dentro e fora do governo

No Brasil, a recomendação do presidente Lula (PT) de não promover eventos em comemoração aos 60 anos do golpe militar causou diferentes reações. Em uma entrevista recente à RedeTV!, o líder petista afirmou que prefere não relembrar o ano de 1964, pois considera que isso já faz parte do passado e o seu foco está em seguir em frente com o país.

Essa postura de Lula resultou no cancelamento de ações planejadas por ministérios, que incluíam pedidos de desculpas às vítimas da ditadura, gerando críticas de organizações da sociedade civil que consideraram a decisão do presidente equivocada. Por outro lado, setores do governo defendem a medida, como o ministro da Defesa, José Múcio, que alegou que a decisão visa pacificar as relações com os militares, que mantêm uma relação delicada com Lula neste terceiro mandato.

Além disso, o presidente desencorajou manifestações das Forças Armadas em celebração ao golpe, buscando evitar situações como as que ocorreram durante o governo de Jair Bolsonaro. A historiadora Heloisa Starling, professora da UFMG, criticou a ação de Lula, afirmando que isso sugere uma tutela dos militares e que perder a oportunidade de discutir o papel das Forças Armadas pode ter consequências graves para a democracia.

O programa de áudio “Café da Manhã” da Folha abordou o veto de Lula à memória de 1964, incluindo a visão da historiadora Heloisa Starling e do jornalista Fabio Victor, autor do livro “Poder Camuflado”. Eles analisaram como essa postura do presidente repercutiu em diversos grupos e dentro do governo.

O epísódio do “Café da Manhã” é publicado diariamente no começo do dia e apresentado pelas jornalistas Magê Flores e Gabriela Mayer, com produção de Carolina Moraes e Laila Mouallem e edição de som de Thomé Granemann. O programa está disponível no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha.

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