Em seu discurso, Lula ressaltou a importância do diálogo entre os países detentores de florestas tropicais da África e da Ásia. Ele destacou a necessidade de uma visão conjunta na preservação das bacias Amazônica, do Congo e do Bornéu-Mekong, levando em consideração as necessidades dessas regiões.
O ex-presidente também enfatizou a importância da mobilização de recursos financeiros e tecnológicos para implementar os acordos internacionais, como o Acordo de Paris e o Marco Global da Biodiversidade. Lula criticou a promessa de destinar anualmente 100 bilhões de dólares para os países em desenvolvimento, ressaltando que esse valor é insuficiente diante da demanda, que já alcança a casa dos trilhões de dólares.
Outro ponto abordado por Lula em seu discurso foi a reforma do sistema da ONU. Ele ressaltou que a organização nasceu para ser a casa do entendimento e do diálogo, mas é preciso escolher entre o aprofundamento dos conflitos e das desigualdades ou a renovação das instituições multilaterais dedicadas à promoção da paz.
O presidente brasileiro também criticou as sanções unilaterais impostas a certos países, como o embargo econômico e financeiro a Cuba, e destacou a necessidade de ampliação do Conselho de Segurança da ONU, que vem perdendo sua credibilidade ao não conseguir resolver conflitos de forma eficaz.
Lula concluiu seu discurso afirmando que a ONU precisa cumprir seu papel de construtora de um mundo mais justo, solidário e fraterno. Ele ressaltou a importância da indignação diante da desigualdade e da necessidade de trabalhar incansavelmente para superá-la.
O retorno de Lula à Assembleia Geral da ONU foi visto como um triunfo da democracia brasileira e uma oportunidade de contribuir para o enfrentamento dos principais desafios globais. Seu discurso trouxe uma perspectiva do Sul Global e ressaltou a importância do diálogo e da cooperação internacional para a construção de um mundo melhor.