Repórter São Paulo – SP – Brasil

Presidente Lula denuncia o elevado pagamento de juros da dívida pública: “Por quem os juros dobram; eles dobram por ti”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem demonstrando publicamente sua indignação com a taxa de juros Selic desde o início de seu terceiro mandato. Esse problema vem afetando a economia brasileira desde o Plano Real. De acordo com informações divulgadas pelo Banco Central do Brasil, somente nos últimos 12 meses até agosto de 2024, o pagamento de juros sobre a dívida pública chegou a R$ 855 bilhões, equivalente a 7,55% do PIB. Enquanto isso, o déficit primário do setor público consolidado foi de R$ 256,3 bilhões, sendo que parte desse valor inclui precatórios que foram objeto de calote durante o governo Bolsonaro.

Diante desses números, é evidente que a principal causa do desequilíbrio fiscal no Brasil é de ordem financeira, sendo crucial uma redução nos gastos com o pagamento de juros da dívida. No entanto, essa questão tem sido negligenciada no debate sobre ajuste fiscal, que geralmente se concentra na redução de despesas obrigatórias como previdência e salários de servidores públicos. Somente em 2023, com a introdução do Novo Arcabouço Fiscal pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o governo passou a enfatizar as receitas tributárias perdidas devido a isenções tributárias sem sentido econômico.

Além disso, o presidente Lula tem destacado a resistência da inflação às taxas de juros, questionando a necessidade de um novo ciclo de elevação da Selic. Segundo ele, as decisões sobre a taxa básica de juros são influenciadas por vieses cognitivos e de interesse, podendo até refletir os interesses particulares de alguns setores em detrimento da sociedade.

Portanto, é urgente uma reforma monetária que elimine os mecanismos de indexação de contratos na economia brasileira, garantindo uma política monetária mais eficaz. Além disso, é necessário revisar a meta de inflação atualmente vigente, considerando a realidade do país e os desafios futuros, como as mudanças climáticas. Enfrentar o problema dos juros elevados é essencial para o desenvolvimento econômico do Brasil e para garantir um futuro mais próspero para todos os brasileiros.

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