Durante a conversa, Lula deixou claro que, diante da gravidade das acusações, Almeida não tinha mais condições de permanecer na pasta. O presidente destacou que o ministro não tinha o direito de utilizar a estrutura do Ministério dos Direitos Humanos para sua defesa pessoal. Segundo relatos, Lula afirmou que somente ele, Almeida e Anielle Franco, titular da Igualdade Racial, sabiam o que de fato havia acontecido, mas ressaltou a importância do Estado em proteger as vítimas.
Os aliados de Lula relataram que o presidente ficou irritado com as notas divulgadas por Almeida em defesa das acusações e com as críticas feitas à organização Me Too Brasil, que revelou as denúncias de assédio contra o ministro. Almeida foi convocado ao Palácio do Planalto e, menos de uma hora depois, saiu do gabinete presidencial demitido.
Durante a maior parte do encontro, Almeida apresentou sua defesa a Lula, chegando a chorar ao falar sobre sua filha de um ano e os recentes reconhecimentos recebidos por seus alunos. Ele também se declarou vítima de uma armação. A demissão foi anunciada por meio de uma nota da Secom, em que se mencionou as “graves denúncias” e a impossibilidade da permanência de Almeida no cargo.
O caso veio à tona após a Me Too Brasil receber denúncias de assédio contra o então ministro, com uma das vítimas sendo supostamente Anielle Franco. A organização confirmou as acusações e ressaltou a dificuldade das vítimas em obter apoio institucional para validar suas denúncias.
Lula, em uma entrevista a uma rádio local, indicou que não permitiria a continuidade de Almeida no governo diante das acusações de assédio. O ex-ministro, por sua vez, negou as acusações e atribuiu a situação a uma tentativa de prejudicá-lo. A demissão de Almeida marca mais um capítulo envolvendo denúncias de assédio no cenário político brasileiro, repercutindo nas esferas governamentais e na sociedade como um todo.