A investigação da PF sobre desvio de verbas federais da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) culminou no indiciamento de Juscelino, após o caso ser revelado pelo jornal Estadão em janeiro de 2023. Diante disso, Lula havia manifestado publicamente que o ministro tem o direito de provar sua inocência e que pretendia conversar com ele por telefone na última quinta-feira, porém o diálogo não se concretizou.
A presença conjunta de Juscelino e Lula em São Luís, terra natal do ministro e onde ele possui mandato como deputado pelo Maranhão, está agendada para a tarde de hoje. De acordo com informações do Planalto, o encontro tem como objetivo principal o anúncio de obras e ações do governo federal em diferentes setores.
Apesar de demonstrar desconforto nos bastidores com a situação, Lula considera que Juscelino ocupa o cargo de ministro das Comunicações por indicação do partido União Brasil, e acredita que a sigla deve ser consultada antes de tomarem qualquer decisão sobre o futuro do político.
Conforme revelado pela Coluna do Estadão, o indiciamento de Juscelino Filho ocorreu no contexto da Operação Benesse, que teve início em setembro de 2023 e teve como alvo a irmã do ministro, Luanna Rezende, prefeita afastada de Vitorino Freire (MA). Em janeiro de 2022, Juscelino destinou uma quantia de R$ 5 milhões do orçamento secreto para asfaltar uma estrada em frente à sua fazenda, localizada no município maranhense, por meio da prefeitura de sua irmã. A investigação apurou que empresas ligadas a pessoas próximas ao ministro foram beneficiadas com contratos milionários.
Em nota, Juscelino alegou que o indiciamento não implica em culpa e ressaltou que confia na imparcialidade do Poder Judiciário para esclarecer os fatos. O ministro reafirmou sua inocência e assegurou que provará sua defesa durante o processo. A agenda de Lula ao lado de Juscelino Filho tende a alimentar ainda mais as discussões sobre a permanência do ministro no alto escalão do governo.
