A tensão entre Irã e Arábia Saudita é conhecida e tem suas raízes em questões religiosas, políticas e regionais. O Irã, de maioria xiita, e a Arábia Saudita, de maioria sunita, vêm alimentando um longo histórico de disputas e rivalidades, que contribui para a deterioração das relações entre ambos os países.
A recente retomada do diálogo entre a Arábia Saudita e Israel tem despertado reações e opiniões diversas na região do Oriente Médio. Enquanto alguns líderes regionais veem a normalização das relações como um avanço positivo para a estabilidade na região, outros, como Raisi, enxergam a aproximação como uma traição aos direitos e interesses do povo palestino.
Raisi argumentou que a normalização das relações entre Arábia Saudita e Israel fortalece o regime israelense e enfraquece o objetivo de uma solução justa e duradoura para a questão palestina. Para o presidente iraniano, a Arábia Saudita estaria abandonando suas responsabilidades como líder árabe e muçulmano ao se aproximar de Israel, país que é visto por muitos no mundo árabe como um agressor e ocupante ilegal de terras palestinas.
No entanto, é importante ressaltar que a posição de Raisi reflete a visão do governo iraniano, que há muito tempo combate a aproximação de países árabes com Israel. O Irã tem uma postura enérgica em relação à questão palestina e tem apoiado, financeira e militarmente, grupos como o Hamas e o Hezbollah, que são vistos como organizações terroristas por alguns países ocidentais.
Dessa forma, a posição do presidente iraniano não surpreende e se insere em um contexto de rivalidade histórica e disputa política na região. A normalização das relações entre Arábia Saudita e Israel é um tema que continua a dividir opiniões e alimentar tensões entre países do Oriente Médio. Resta saber como essa busca por uma maior aproximação com Israel afetará as relações já complexas entre Irã e Arábia Saudita, bem como os desdobramentos para a questão palestina.