Presidente francês enfrenta críticas após discurso controverso sobre dissolução da Assembleia de Deputados em meio a cenário político incerto

O discurso do presidente francês, Emmanuel Macron, após a vitória do candidato Jordan Bardella, do partido de extrema-direita Reunião Nacional, nas eleições municipais, tem sido alvo de críticas por parte da imprensa francesa. Segundo o jornal Libé, Macron está vivendo em um universo paralelo ao acreditar que a dissolução da Assembleia de Deputados não é uma medida sem sentido. O diário critica também a maneira como o presidente atribuiu 50% dos votos das eleições europeias aos extremos, colocando no mesmo saco diferentes partidos políticos.

O jornal Le Figaro destacou a expressão “pacto com o diabo” utilizada por Macron em relação às alianças políticas que não se unirem à maioria presidencial. Para o diário, o chefe de Estado está tentando impor seu campo como a única opção viável, sem considerar outras possibilidades de coalizão. Além disso, Le Figaro questiona a decisão de Macron de dissolver a Assembleia de Deputados, sem explicar claramente os motivos por trás dessa ação.

O editorial do Le Figaro vai ainda mais longe ao chamar o discurso de Macron de “um pulo no vazio”. Segundo o jornal, o presidente falou por quase duas horas, mas não conseguiu responder à pergunta fundamental sobre a dissolução da Assembleia. As propostas apresentadas por Macron durante seu discurso foram vistas como repetições de seu programa de campanha de 2022, sem trazer nenhuma novidade significativa.

Por fim, o jornal econômico Les Echos ressaltou a falta de convencimento de Macron, que prometeu governar de forma diferente, mas não apresentou propostas concretas durante seu discurso. A imprensa francesa no geral destaca a insuficiência das explicações e propostas de Macron, gerando incerteza e críticas sobre a falta de clareza e inovação em seu governo.

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