O Quênia assumiu diante da ONU a liderança de uma missão multinacional para auxiliar a polícia haitiana a lidar com as gangues armadas e proteger a infraestrutura urbana. No entanto, essa missão, aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU em outubro passado, ainda não foi concretizada. Diversos obstáculos contribuíram para esse atraso, como a resistência do Supremo do Quênia em autorizar o envio dos policiais e a dificuldade em conseguir efetivos suficientes. O recente anúncio do Benin de que estaria disposto a enviar 2.000 homens para o Haiti pode alterar esse cenário.
A renúncia do primeiro-ministro Ariel Henry, que assumiu o cargo após o assassinato do presidente Jovenel Moïse em 2021, também contribuiu para a escalada da crise no Haiti. O contexto de violência no país, com a atuação de gangues armadas controlando a maior parte da capital Porto Príncipe, tem sido agravado pela instabilidade política.
Diante desse quadro, a ONU anunciou a retirada de todos os funcionários não essenciais do Haiti, classificando a situação como de “segurança volátil”. Recentemente, a diplomacia dos Estados Unidos e da União Europeia também retiraram parte de seu pessoal do país. No entanto, a Embaixada do Brasil ainda não considerou a retirada de seu pessoal diplomático.
A formação de um conselho de transição para governar o Haiti permanece incerta, com mais de cem partidos políticos e coalizões em disputa. A pressão internacional por uma definição rápida sobre os membros desse conselho aumenta à medida que a instabilidade política e a violência no Haiti persistem. A comunidade internacional aguarda ansiosamente por avanços nesse processo, enquanto o país enfrenta uma de suas piores crises em anos.