Durante o depoimento que durou mais de cinco horas, Boluarte afirmou que os três relógios Rolex em questão não pertencem a ela, mas foram emprestados por Oscorima, um amigo próximo. Após o depoimento, a presidente se pronunciou publicamente admitindo ter cometido um erro ao aceitar os relógios emprestados. Além disso, ela refutou as acusações de posse de joias Cartier e Van Cleef, afirmando que suas joias são da marca Unique.
O escândalo chegou a um ponto em que a polícia realizou buscas na casa de Boluarte e em seu escritório presidencial em busca dos relógios de luxo. A situação levou a manifestações tanto de apoiadores quanto de opositores da presidente em frente ao prédio do Ministério Público. O caso também gerou dois pedidos de impeachment por parte de parlamentares de esquerda, que foram rejeitados pelo Parlamento, controlado pela maioria de direita.
O Ministério Público solicitou explicações sobre depósitos bancários consideráveis nas contas de Boluarte durante seu período como ministra, e questionou sobre a posse de joias e relógios de alto valor. A investigação por enriquecimento ilícito e omissão de declaração em documentos se estende desde março, quando o escândalo veio à tona.
Apesar da pressão e das acusações, Boluarte descartou a renúncia e acusa de ser vítima de um “ataque e assédio sistemático” com o objetivo de enfraquecer seu governo. A situação política no Peru permanece delicada, com a presidente enfrentando não apenas a crise dos relógios de luxo, mas também investigações por crimes anteriores e baixa popularidade. Enquanto isso, o país aguarda por um desfecho no caso que envolve a líder peruana.