Repórter São Paulo – SP – Brasil

Presidente do Banco Central é chamado de diplomata após evitar embates com governo Lula

Na entrevista concedida ao jornalista Pedro Bial e exibida na TV Globo, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, foi elogiado por evitar embates com o governo do ex-presidente Lula. Pedro Bial chegou a chamá-lo de diplomata, destacando a postura conciliadora do presidente do BC. Campos Neto afirmou que embora não pense igual em tudo ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, os dois estão alinhados em diversos aspectos.

O presidente do Banco Central reconheceu que contribuições de várias pessoas foram fundamentais para a construção de um relacionamento positivo com o governo. Ele também destacou a complexidade do trabalho de Haddad e ressaltou a importância de medidas como o corte de gastos, mesmo reconhecendo que essa é uma tarefa difícil. Após um encontro com o presidente Lula na semana passada, Campos Neto busca estabelecer uma relação de confiança com o governo.

Durante a entrevista, Campos Neto compartilhou que conversou com Lula apenas duas vezes: no final de 2022, antes da posse do presidente, e na semana anterior à entrevista. Ele elogiou a postura de Lula de prestar mais atenção nas conversas e ter mais paciência, comparando-o com o ex-presidente Jair Bolsonaro, que era mais rápido nas reuniões. Embora não tenha sido marcado um próximo encontro, Campos Neto pontuou que é possível que ocorram novos diálogos.

Apesar da relação diplomática com o governo, o presidente do Banco Central reforçou a necessidade de manter a autonomia da instituição para que haja um trabalho técnico independente dos ciclos políticos, o que, segundo ele, é benéfico a longo prazo para a economia. Campos Neto ressaltou que pilota olhando para frente, comparando a diferença entre os tempos da economia e da política.

Quanto aos rumores de uma possível renúncia antes do final do mandato em 2024, Campos Neto negou tal intenção, mesmo diante de pressões políticas. Ele também garantiu que não pretende disputar nenhum cargo ao deixar a presidência do Banco Central, citando inclusive uma cláusula no projeto de autonomia que impede o presidente do BC de se candidatar a algo nos dois anos seguintes à sua saída, justamente para evitar qualquer vínculo entre o trabalho técnico e uma possível participação no governo.

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