No entanto, em uma carta escrita da prisão, Hernández negou veementemente as acusações e as qualificou como “injustas” e “cheias de mentiras construídas de forma novelesca”. Ele argumentou que as acusações são baseadas nos testemunhos de “narcotraficantes confessos” que negociaram com a Promotoria do Distrito Sul de Nova York em troca da redução de suas penas.
Hernández também enfatizou que as autoridades dos Estados Unidos estavam cientes de suas ações e esforços no combate ao crime organizado e à violência em Honduras durante seus mandatos como chefe do Congresso e posteriormente como presidente. Ele destacou que leis contra o narcotráfico, como a de extradição, foram aprovadas durante suas gestões e que os planos que empreendeu foram conhecidos “no mais alto nível do governo dos Estados Unidos”.
Se considerado culpado das acusações imputadas pela Promotoria, Hernández pode enfrentar pena de prisão perpétua mais 30 anos, assim como seu irmão e colaborador, que também foram acusados de participar da mesma rede de narcotráfico. Apesar disso, Hernández declarou que irá “lutar por essa verdade até as últimas consequências”, sugerindo que não planeja negociar com a Promotoria para ter sua pena reduzida, como haviam sugerido seus advogados em Honduras.
O caso de Juan Orlando Hernández tem gerado grande repercussão tanto em Honduras quanto nos Estados Unidos, onde as autoridades estão conduzindo as investigações e processos legais. O desenrolar desse caso será acompanhado de perto por causa de seu impacto nas relações entre os dois países e nas questões relacionadas ao combate ao narcotráfico na região da América Latina.