Presidente da Petrobras afirma que empresa pode manter preços dos combustíveis mesmo com alta do petróleo internacional.

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, declarou que a empresa está preparada para suportar o desconforto provocado pela alta dos preços internacionais do petróleo e afirmou que pode manter os preços dos combustíveis no mesmo patamar por mais algum tempo. Em uma entrevista após um evento que apresentou os atletas que a estatal vai patrocinar no ciclo olímpico, Prates afirmou que os modelos da Petrobras indicam que é possível manter a rentabilidade dos preços sem grandes riscos.

Na quarta-feira, a cotação do petróleo Brent, referência internacional negociada em Londres, chegou a alcançar US$ 96 por barril, aumentando ainda mais a diferença entre os preços internos dos combustíveis e o mercado internacional. Prates destacou que a Petrobras já elevou os preços internos em agosto, mas ainda não tem uma percepção clara de qual será o novo patamar. Segundo ele, os custos de produção nacionais e as vantagens competitivas da empresa ainda permitem a venda dos produtos com lucro.

Prates defendeu a nova política de preços da empresa, implantada em maio, que busca “abrasileirar” os preços dos combustíveis. Ele ressaltou que essa política é benéfica para o Brasil e não prejudica a Petrobras. Quando questionado sobre a possibilidade de manter os preços atuais com o petróleo a US$ 100 por barril, Prates afirmou que esse seria um importante desafio psicológico global.

De acordo com informações divulgadas nesta quinta-feira, o preço do diesel nas refinarias da Petrobras estava R$ 0,86 por litro abaixo da paridade de importação calculada pela Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom). Já a diferença na gasolina era de R$ 0,27 por litro. A expectativa do mercado é que o cenário continue pressionado, principalmente em relação ao diesel, devido ao corte nas exportações russas que vinham abastecendo o mercado brasileiro com diesel mais barato.

Os impactos já podem ser sentidos nas bombas, com um aumento de R$ 1,14 por litro na semana anterior ao último reajuste da Petrobras. Além disso, a retomada parcial da cobrança de impostos federais e o aumento do custo de importações também têm influenciado no aumento dos preços.

Apesar disso, Prates descartou o risco de falta de combustíveis no país e afirmou que a Petrobras poderia fazer importações adicionais para atender as necessidades dos clientes, mas ressaltou que o mercado é livre e existem outros importadores trazendo produtos. Ele também informou que a estatal operou suas refinarias em setembro com 94% da capacidade e que está aumentando a utilização para atender o mercado interno com menos dependência de importações.

O presidente da Petrobras ainda explicou que a utilização das refinarias poderia ser maior se as oito unidades que foram colocadas à venda pelo governo anterior não tivessem ficado sem investimentos e precisassem passar por manutenção.

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