Repórter São Paulo – SP – Brasil

Presidente da Indonésia, Joko Widodo, corta festa do Dia da Independência em nova capital devido a problemas ambientais e de infraestrutura.

A apenas dois meses de finalizar seu mandato, o presidente da Indonésia, Joko Widodo, se prepara para comemorar o Dia da Independência em meio a polêmicas relacionadas à construção da nova capital do país. Neste sábado (17), em Nusantara, cidade que será a sede do governo no futuro, Widodo enfrenta críticas devido ao atraso nas obras e preocupações ambientais levantadas por ativistas.

Com a redução do número de convites para a festividade do Dia da Independência, de 8.000 para apenas 1.300, e o repentino desconvite de mandatários estrangeiros, a celebração foi comprometida. A justificativa apresentada pelo presidente, de criar uma cidade-floresta em resposta aos problemas de poluição e risco climático em Jacarta, provocou controvérsias.

O ativista ambiental Arie Rompas destacou que a realocação da capital tem gerado novos problemas em Kalimantan, incluindo desmatamento e remoção de comunidades locais para dar lugar às construções da nova cidade. O projeto, que visa atrair investidores estrangeiros para controlar terras por um período prolongado, ainda não conquistou o interesse esperado, frustrando Jokowi.

Além das questões ambientais e sociais, surge a preocupação com a crise hídrica em Nusantara, causada pela destruição das florestas locais. Com a escassez de água se tornando um problema crítico na região, a festa de comemoração do Dia da Independência precisou ser reduzida. A falta de empolgação da população local com a mudança da capital também é evidente, demonstrando que para muitos cidadãos comuns a alteração do centro político não é uma prioridade.

O caso da Indonésia insere-se em um contexto mais amplo de mudanças de capitais em países da Ásia e do Oriente Médio, como a Tailândia, que também avalia a possibilidade de transferir sua capital devido aos problemas de poluição e riscos climáticos em Bancoc. Especialistas apontam que, embora a realocação de cidades seja uma tendência emergente, soluções mais sustentáveis baseadas na natureza, como as cidades-esponja, podem ser mais eficazes a longo prazo.

Diante desse cenário, a construção da nova capital da Indonésia enfrenta desafios e questionamentos, colocando em debate a viabilidade e a sustentabilidade desse tipo de projeto urbanístico em um contexto de crescente preocupação ambiental e mudanças climáticas. A decisão de Jokowi de mudar a capital do país poderá ter impactos significativos para as futuras gerações, e o desenvolvimento de Nusantara continuará sendo acompanhado de perto pela sociedade e por especialistas.

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