Em uma carta para Ralph Gonsalves, primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ali afirmou que a Corte Internacional de Justiça (CIJ) decidirá a controvérsia sobre as fronteiras entre Guiana e Venezuela, e que seu país se mantém firme nessa posição. O presidente guianense busca desescalar o conflito através do diálogo e evitar o uso ou ameaça de uso da força.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também entrou na questão, tendo conversado por telefone com Maduro. Durante a Cúpula do Mercosul, Brasil, Uruguai, Paraguai, Argentina, Colômbia, Peru, Equador e Chile manifestaram “profunda preocupação” com a situação, ressaltando a importância da América Latina ser um território de paz.
Maduro tem radicalizado a campanha pela anexação e exploração de Essequibo, apesar do posicionamento da CIJ. O regime venezuelano organizou um plebiscito em dezembro, no qual 96% dos eleitores teriam se manifestado a favor da criação de um novo estado em Essequibo. Esse movimento levou Ali a intensificar os contatos com os Estados Unidos.
O aumento da tensão na fronteira entre Guiana e Venezuela também chamou a atenção do ministro da Defesa brasileiro, José Múcio Monteiro, que afirmou que o Brasil não será “instrumento de incidente diplomático” na crise. O Exército brasileiro, por sua vez, antecipou o envio de blindados para Boa Vista, em uma estratégia de dissuasão contra as iniciativas de Maduro.
Apesar das tensões, o Itamaraty acredita que o risco de um conflito entre os dois países seja baixo. A movimentação militar é vista como uma medida preventiva diante das ações do regime venezuelano. O presidente da Guiana e outras lideranças internacionais buscam manter o diálogo a fim de encontrar uma solução pacífica para a disputa territorial. A reunião entre Ali e Maduro em São Vicente e Granadinas pode ser um passo importante nesse processo.