Durante a entrevista, Arce afirmou que as organizações sociais são os verdadeiros donos do instrumento político do país, enquanto Morales busca construir sua figura como a principal referência política. Essa disputa interna tem gerado problemas políticos entre o governo atual e o movimento liderado por Morales.
Arce também falou sobre a diversificação da economia boliviana, destacando a importância de não depender apenas do gás, como no passado. Ele ressaltou o potencial do país em áreas como o lítio, minerais, agronegócio e turismo, buscando fortalecer setores diversos para impulsionar a economia.
Sobre a influência do ex-presidente Lula, Arce destacou a importância de uma agenda de cooperação entre Brasil e Bolívia, focada em infraestrutura, investimentos e comércio, sem incorporar questões políticas. Ele também comentou sobre as negociações envolvendo o gás natural da região de Vaca Muerta na Argentina e a exportação para o Brasil.
Ao abordar a questão da popularidade do governo e a tentativa de golpe, Arce enfatizou a estabilidade econômica da Bolívia e as ações implementadas para manter os preços acessíveis. Ele ressaltou que a direita e o movimento evista não devem ganhar popularidade com a tentativa de golpe, defendendo a importância de avançar na industrialização e diversificação econômica.
No final da entrevista, ao ser questionado sobre os inimigos internacionais do país, o presidente desconversou e encerrou a conversa, destacando as complexidades e desafios que a Bolívia enfrenta em sua trajetória política e econômica. Luis Arce, de 60 anos, ex-ministro da Economia e eleito presidente em 2020, segue buscando soluções para os desafios que se apresentam em seu mandato.