Presidente argentino chama homólogo colombiano de “assassino comunista” e gera tensões diplomáticas entre os dois países

Na última sexta-feira, a Colômbia tomou uma atitude drástica ao convocar seu embaixador na Argentina para consultas, após o presidente argentino Javier Milei chamar seu homólogo colombiano Gustavo Petro de “assassino comunista”. Em uma entrevista com a jornalista Patricia Janiot, Milei fez duras críticas a Petro, chamando-o de “um assassino comunista que está arruinando a Colômbia”.

O ministério das Relações Exteriores da Colômbia emitiu um comunicado condenando veementemente os comentários de Milei, classificando-os como “desrespeitosos e irresponsáveis”, além de atentarem contra os laços de amizade, compreensão e cooperação que historicamente uniram Colômbia e Argentina.

Essa situação é um reflexo do deterioramento das relações entre os dois países desde a eleição de Milei como presidente da Argentina, e a ascensão de Petro como o primeiro presidente de esquerda da Colômbia. Petro, por sua vez, rebateu as críticas de Milei, reiterando que o governo colombiano busca que o povo controle os meios de produção, e não o estado, como alegado pelo presidente argentino.

A tensão também é evidenciada por um episódio anterior em que Petro criticou o governo argentino por propostas para o Ensino Superior que, segundo ele, resultariam na expulsão de cerca de 20 mil estudantes colombianos que estudam na Argentina.

Paralelamente a essa escalada de tensões diplomáticas, o novo governo da Argentina retirou importantes reformas de gastos de um amplo projeto de lei no Congresso, com o objetivo de facilitar a sua aprovação, em um gesto para se comprometer com a eliminação do déficit orçamentário, afirmou o ministro da Economia, Luis Caputo.

Essa concessão do governo argentino representa uma tentativa de salvar as perspectivas do projeto de lei no Congresso, buscando aliados de outros partidos para promulgar a legislação, uma vez que o partido Libertad Avanza, do presidente Milei, possui apenas um pequeno número de assentos.

O presidente Milei, que assumiu o cargo recentemente, prometeu conter a inflação de três dígitos e reduzir drasticamente o papel do governo, incluindo privatizações de empresas estatais e cortes em subsídios. No entanto, algumas dessas promessas foram reduzidas no texto do projeto de lei. Além disso, o ministro da Economia destacou uma diminuição recente na inflação, que está acima de 200% ao ano, e a transferência do controle do portfólio de infraestrutura do país para o seu ministério.

Dessa forma, a tensão diplomática entre Colômbia e Argentina, aliada às movimentações políticas do novo governo argentino, demonstra um cenário de incerteza e desafios no relacionamento entre os dois países sul-americanos.

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