Repórter São Paulo – SP – Brasil

Presença de metais como chumbo, arsênio e mercúrio no leite materno pode afetar desenvolvimento da linguagem em crianças, aponta estudo.

Um recente estudo publicado na revista Frontiers in Public Health revelou a presença de metais como arsênio, mercúrio e chumbo no leite materno humano. Essa descoberta levanta preocupações sobre os potenciais impactos desses metais no desenvolvimento das crianças alimentadas com leite materno contaminado.

De acordo com os pesquisadores, o chumbo, em particular, pode afetar o desenvolvimento da linguagem em crianças pequenas. No entanto, é importante ressaltar que, apesar da presença desses metais, o leite materno ainda é considerado o melhor alimento para bebês, por fornecer todos os nutrientes necessários e proteger contra infecções comuns.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a amamentação exclusiva até os seis meses de idade e a continuação da amamentação, juntamente com a introdução de outros alimentos, até pelo menos os dois anos de idade. Essa recomendação se baseia nos inúmeros benefícios do leite materno para o desenvolvimento saudável das crianças.

O estudo realizado na cidade de São Paulo com 185 lactantes revelou que um terço delas tinha o leite contaminado por arsênio, mercúrio e chumbo. A presença desses metais foi associada a uma queda no desenvolvimento da linguagem nas crianças expostas. A pesquisadora responsável pelo estudo, Nathalia Naspolini, ressalta a importância de acompanhar de perto o desenvolvimento dessas crianças para identificar possíveis impactos a longo prazo.

A contaminação por metais pesados, como chumbo e mercúrio, pode ocorrer de diversas formas, incluindo exposição ao ar, água e solo contaminados. No caso do mercúrio, comunidades indígenas, como os mundurukus no Pará, sofrem com problemas de saúde devido à contaminação do solo, água e alimentos por mercúrio utilizado em garimpos ilegais.

Esses achados destacam a importância da vigilância e controle da exposição a metais pesados, especialmente em grupos vulneráveis, como crianças e comunidades indígenas. A conscientização sobre os riscos associados a essas substâncias e a implementação de medidas eficazes de prevenção são essenciais para proteger a saúde e o desenvolvimento saudável das crianças.

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