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Prêmio Nobel de Química reconhece desenvolvimento da química do clique e bioortogonal e impacto na produção de materiais e remédios

No ano passado, o mundo da química comemorou mais uma edição do Prêmio Nobel. Dessa vez, o prêmio de Química foi concedido a três pesquisadores de destaque: Carolyn R. Bertozzi, da renomada Universidade de Stanford, nos Estados Unidos; Morten Meldal, da renomada Universidade de Copenhagen, na Dinamarca; e K. Barry Sharpless, do prestigiado Instituto de Pesquisa Scripps, também nos Estados Unidos. O motivo da premiação foi o “desenvolvimento da química do clique e da química bioortogonal”, uma nova abordagem revolucionária para a construção de moléculas.

Para entender a importância desse prêmio, é preciso compreender os desafios enfrentados pela química moderna. Um dos grandes objetivos dessa ciência é conseguir construir artificialmente estruturas moleculares complexas, similares às encontradas na natureza. Entretanto, esse processo tem se mostrado extremamente desafiador. Porém, graças ao conhecimento e à dedicação desses três cientistas, novas técnicas eficazes foram desenvolvidas, trazendo um impacto significativo para a produção de novos materiais e também para a indústria farmacêutica.

Uma curiosidade interessante é o papel das mulheres nessa premiação. Ao longo de mais de um século de história do Prêmio Nobel de Química, apenas oito mulheres foram agraciadas com essa honraria. Dentre essas, cinco foram premiadas nos últimos quinze anos. A pioneira nesse quesito foi a lendária Marie Curie, que recebeu o Nobel de Química em 1911, já tendo ganhado um Nobel de Física em 1903. A seguir, sua filha, Irene Juliot-Curie, também recebeu o prêmio em 1935.

Já em 2021, o Prêmio Nobel de Química foi para Benjamin List, da Alemanha, e David MacMillan, dos Estados Unidos, em reconhecimento ao seu trabalho revolucionário com a “desenvolvimento da organocatálise”. Essa técnica tem tido uma aplicação essencial na pesquisa farmacêutica, permitindo a construção de moléculas de forma mais sustentável.

Não podemos deixar de mencionar outras premiações recentes e igualmente importantes. No ano anterior, Emmanuelle Charpentier, da França, e Jennifer Doudna, dos Estados Unidos, foram as vencedoras do Nobel de Química pela primeira vez em conjunto, graças ao desenvolvimento de uma técnica que possibilitou a edição do genoma. Em 2019, o trio Akira Yoshino, do Japão, John Goodenough, dos Estados Unidos, e Stanley Whittingham, do Reino Unido, foram agraciados pelo desenvolvimento das baterias de lítio, que são utilizadas em dispositivos eletrônicos e veículos elétricos. Esse avanço tem contribuído para a sustentabilidade e o progresso tecnológico do mundo. Por fim, em 2018, Frances H. Arnold e George Smith, dos Estados Unidos, e Gregory Winter, do Reino Unido, foram laureados por suas contribuições no campo das proteínas.

O Prêmio Nobel de Química é um reconhecimento muito importante na comunidade científica, evidenciando o impacto positivo dessas descobertas para a sociedade e para o avanço da ciência. Esses cientistas exemplares são verdadeiros heróis que dedicam suas vidas em busca de soluções inovadoras e revolucionárias para problemas complexos. Parabéns a todos os laureados e que continuem a nos inspirar com seu trabalho excepcional.

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