Essa é uma triste realidade enfrentada por mulheres que buscam amparo em casos de aborto legal no Brasil. A vítima relatou passar por violência obstétrica em outra unidade de saúde onde finalmente conseguiu realizar a interrupção da gestação. Essa falta de suporte e empatia por parte dos profissionais de saúde é inaceitável e expõe a fragilidade do sistema de saúde pública do país.
Após a suspensão do serviço no Hospital Municipal, a paciente buscou atendimento no Hospital da Mulher, gerido pelo Governo de São Paulo. No entanto, foi informada de que teria que passar por todo o atendimento desde o início, revivendo mais uma vez a violência sofrida. A paciente se sentiu desconfortável durante a triagem, relatando um tratamento inadequado por parte da assistente social.
É fundamental ressaltar que no Brasil, o aborto é previsto em lei em casos de risco à vida da mulher, estupro e gestação de feto anencéfalo. Portanto, a burocracia e a falta de suporte para as vítimas, como no caso relatado, são evidências de um sistema que não prioriza a saúde e o bem-estar das mulheres.
Após diversas idas e vindas, a paciente finalmente conseguiu realizar a interrupção da gestação, mas não sem enfrentar mais traumas e falta de apoio. A Secretaria Municipal da Saúde justificou a suspensão do serviço no Hospital Municipal da Vila Nova Cachoeirinha para a realização de cirurgias eletivas e outros procedimentos envolvendo a saúde da mulher, mas não informou quando a oferta do aborto legal será restabelecida.
Essa situação escancara a necessidade de mais investimentos e políticas que assegurem o direito das mulheres à saúde e ao bem-estar. É inadmissível que vítimas de violência sexual sejam revitimizadas e negligenciadas pelo sistema de saúde. A falta de assistência adequada coloca em risco a integridade física e emocional dessas mulheres, e demanda uma urgente revisão das políticas de atendimento e suporte a vítimas de violência sexual.