Prefeitura de São Paulo suspende atendimento de aborto legal e vítima de violência sexual sofre novo trauma em hospital da capital.

No último mês, uma mulher vítima de violência sexual teve seu procedimento de aborto legal suspenso sem aviso prévio no Hospital Municipal e Maternidade da Vila Nova Cachoeirinha, em São Paulo. Essa situação revelou a falta de suporte e cuidado com mulheres em situações vulneráveis. A paciente teve que passar por todos os procedimentos necessários novamente, incluindo exames e consultas médicas e psicológicas, o que resultou em um novo trauma para a vítima.

Essa é uma triste realidade enfrentada por mulheres que buscam amparo em casos de aborto legal no Brasil. A vítima relatou passar por violência obstétrica em outra unidade de saúde onde finalmente conseguiu realizar a interrupção da gestação. Essa falta de suporte e empatia por parte dos profissionais de saúde é inaceitável e expõe a fragilidade do sistema de saúde pública do país.

Após a suspensão do serviço no Hospital Municipal, a paciente buscou atendimento no Hospital da Mulher, gerido pelo Governo de São Paulo. No entanto, foi informada de que teria que passar por todo o atendimento desde o início, revivendo mais uma vez a violência sofrida. A paciente se sentiu desconfortável durante a triagem, relatando um tratamento inadequado por parte da assistente social.

É fundamental ressaltar que no Brasil, o aborto é previsto em lei em casos de risco à vida da mulher, estupro e gestação de feto anencéfalo. Portanto, a burocracia e a falta de suporte para as vítimas, como no caso relatado, são evidências de um sistema que não prioriza a saúde e o bem-estar das mulheres.

Após diversas idas e vindas, a paciente finalmente conseguiu realizar a interrupção da gestação, mas não sem enfrentar mais traumas e falta de apoio. A Secretaria Municipal da Saúde justificou a suspensão do serviço no Hospital Municipal da Vila Nova Cachoeirinha para a realização de cirurgias eletivas e outros procedimentos envolvendo a saúde da mulher, mas não informou quando a oferta do aborto legal será restabelecida.

Essa situação escancara a necessidade de mais investimentos e políticas que assegurem o direito das mulheres à saúde e ao bem-estar. É inadmissível que vítimas de violência sexual sejam revitimizadas e negligenciadas pelo sistema de saúde. A falta de assistência adequada coloca em risco a integridade física e emocional dessas mulheres, e demanda uma urgente revisão das políticas de atendimento e suporte a vítimas de violência sexual.

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