A prefeitura afirma que todos esses prédios são monitorados pela Secretaria de Infraestrutura e Edificações e nenhum oferece risco no momento. Além disso, há o Programa dos Prédios Inclinados, responsável por verificar qualquer desaprumo detectado em novas medições. A prefeitura não divulga os edifícios com anomalias mais evidentes por serem propriedades privadas, mas assegura que engenheiros e arquitetos acompanham de perto a situação e notificam os condomínios quando há necessidade de obras ou reparos.
A origem desse desnível nos prédios remonta às décadas de 1950 e 1960, quando foram construídos. A partir dos anos 1970, eles começaram a “afundar” devido a uma combinação de fatores, que inclui o uso de fundações mais rasas e as características geológicas do solo. O engenheiro civil Guilherme Menezes explica que na época das construções, as investigações técnicas indicavam que o solo até 12 metros de profundidade era compacto, mas não se sabia que havia camadas moles e arenosas abaixo. Com o passar dos anos, ocorreu o recalque do solo, afetando as fundações de apenas um dos lados dos prédios.
Algumas construções, como o Nuncio Malzoni, já conseguiram corrigir a inclinação através do uso de macacos hidráulicos, pilares e blocos, mas o desaprumo afeta a valorização dos imóveis, dificultando sua venda. A maioria das pessoas não deseja morar em um prédio inclinado e os casos de venda são raros. Moradores relatam que a sensação de desequilíbrio é incômoda e alguns chegam a sentir tontura, mas outros afirmam que o desalinhamento só é perceptível quando se olha o prédio de fora.
Os moradores e proprietários dos edifícios tortos podem obter informações detalhadas sobre suas construções no Departamento de Controle do Uso e Ocupação do Solo e Segurança de Edificações de Santos. Até o momento, o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea) não se pronunciou sobre a situação dos prédios tortos na cidade.