No sábado, Ricardo Nunes disparou contra o governo federal, acusando-o de descaso com a população de São Paulo devido aos problemas causados pela Enel. O prefeito afirmou que milhares de pessoas estavam sofrendo com a ineficiência da empresa e criticou a manutenção do contrato com o governo.
No domingo, Nunes voltou suas críticas para o ministro Alexandre Silveira, após este participar de um evento com diretores da Enel em Roma, na Itália. O prefeito lamentou a postura do ministro e afirmou que São Paulo não merecia os serviços prestados pela empresa.
Por sua vez, Alexandre Silveira rebateu as acusações de Nunes, chamando-o de aprendiz de malfeitos e propagador de fake news. O ministro negou que tenha discutido a renovação da concessão da Enel e ressaltou que o contrato vai até 2028, assinado por aliados do prefeito.
Além disso, Silveira criticou a gestão da cidade de São Paulo em relação à poda de árvores, responsabilizando o governo municipal pelas quedas que afetam a rede de energia. O ministro questionou a atuação da Aneel, agência ocupada por indicações bolsonaristas, e cobrou ações para evitar problemas no período chuvoso.
A polêmica em torno do apagão em São Paulo virou tema de campanha política, com Ricardo Nunes e Guilherme Boulos trocando acusações e visitando locais afetados. A pressão pela caducidade do contrato com a Enel uniu diversos agentes políticos, incluindo o governador Tarcísio de Freitas e o Ministério de Minas e Energia de Lula.
Cabe à Aneel recomendar ao MME a caducidade do contrato com a Enel, conforme previsto no contrato de concessão. A agência reguladora já manifestou que irá intimar a empresa a adequar seus serviços às normas estabelecidas.