Segundo o economista-chefe da Apas, Felipe Queiroz, a tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, principal produtor de arroz do país, com 69,3% da produção nacional, pode impactar ainda mais os preços nos próximos meses. A influência das chuvas na região Sul tende a piorar o cenário, principalmente para a próxima safra.
A série histórica analisada pela associação aponta que é comum o valor do arroz subir a partir da metade do ano, no entanto, as condições climáticas adversas no Sul podem agravar a situação em 2024. A expectativa é de que os efeitos das cheias sobre as áreas produtivas e a produção de grãos possam impactar os preços a médio e longo prazos.
Os dados da Apas revelam que a média mensal da saca de 50kg encerrou o ano passado em alta, ultrapassando os R$ 125. No primeiro trimestre deste ano, houve uma queda acentuada nos preços, com a saca custando menos de R$ 100. Com as inundações no Sul, os preços diários tiveram uma variação significativa, passando de R$ 95 em 2 de abril para quase R$ 125 em 15 de maio. Esta foi a primeira vez no ano que a média mensal da saca ficou abaixo dos registros diários. No mesmo período do ano anterior, a saca custava menos de R$ 85.
A situação do mercado de arroz permanece em alerta devido aos impactos climáticos e a perspectiva é de que os preços continuem oscilando nos próximos meses. Diante desse cenário, os consumidores devem ficar atentos às flutuações no valor do produto e se prepararem para possíveis variações no mercado.