Repórter São Paulo – SP – Brasil

Preço do aluguel aumenta 16% em um ano, revela índice Fipezap, levando a debates sobre o ceticismo em relação à oferta.

Em um contexto em que os preços de aluguel nas grandes cidades vêm aumentando significativamente, os dados do índice FipeZAP apontam que, no último ano, houve um aumento médio de 16%. Essa alta é cerca de três vezes superior ao da inflação geral, de acordo com o IPCA. Como resultado, a moradia torna-se cada vez mais inacessível, apesar das oportunidades de trabalho e crescimento profissional oferecidas pelos grandes centros urbanos.

A modernização das regras que regem a construção e uso do solo é um desafio, uma vez que muitas pessoas não acreditam que a expansão da oferta de moradias resultaria em preços mais baixos. Em economia, é entendido que, com maior oferta de um bem ou serviço, com todas as outras variáveis constantes, o preço tende a diminuir. No entanto, essa compreensão parece não ser aplicada quando se trata do setor imobiliário.

Uma pesquisa realizada por Clayton Nall e outros pesquisadores analisou as opiniões de americanos sobre o tema e revelou que apenas cerca de 30–40% acreditam que um aumento de 10% na oferta de moradias reduziria os preços e os aluguéis. Além disso, o ceticismo em relação à oferta persiste entre diferentes grupos demográficos, ideológicos e geográficos, o que indica uma visão robusta em relação ao tema.

Os resultados do estudo também apontam que o ceticismo em relação à oferta reflete-se no apoio político às propostas habitacionais. Inquilinos céticos são menos propensos a apoiar propostas que facilitam a construção, enquanto alguns proprietários céticos são mais favoráveis, considerando a suposição de que novas construções poderiam encarecer os aluguéis.

O debate em torno da construção de novas moradias também aborda a questão da acessibilidade. Segundo o economista Evan Mast, a construção de 100 novas moradias a preços de mercado leva até 70 pessoas a saírem de bairros de renda abaixo da mediana e até 40 a saírem do quinto mais pobre, gerando um efeito cascata que aumenta a disponibilidade e acessibilidade da habitação para todos.

Portanto, a descrença no mecanismo de mercado que poderia reduzir os preços dos aluguéis tem impactos concretos no apoio a medidas que dificultam novas construções. Nesse sentido, é necessário repensar o planejamento urbano de modo a ser mais favorável a novas construções, visando a garantir a acessibilidade e disponibilidade da habitação para todos, especialmente para aqueles que dependem de aluguéis nas grandes cidades.

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