Os moradores insistiam que o rato gigante, capaz de roer cocos, ainda vivia entre as árvores da floresta, apesar da diminuição de sua população devido à destruição de seu habitat pelos madeireiros. Recentemente, com a ajuda da comunidade local, os pesquisadores conseguiram fotografar o rato gigante de Vangunu, ou Uromys vika, como é cientificamente chamado.
Segundo os pesquisadores, o rato tem o dobro do tamanho de um rato comum, medindo cerca de 45 centímetros, metade dos quais corresponde à cauda. Durante os seis meses de pesquisa, os autores do artigo capturaram 95 imagens de quatro ratos diferentes. Essa descoberta foi considerada um marco, pois anteriormente nenhum exemplar vivo havia sido documentado.
Para encontrar o rato, os pesquisadores mudaram o tipo de isca que vinham utilizando, substituindo a manteiga de amendoim por óleo de gergelim. A comunidade local desempenhou um papel crucial na localização dos ratos, destacando a importância do conhecimento local na preservação da fauna e flora.
Além disso, a sobrevivência do rato é essencial para o ecossistema local e tem significado cultural para o povo de Zaira. A aldeia tem trabalhado ativamente para que sua área de floresta seja reconhecida como protegida de acordo com a Lei de Áreas Protegidas das Ilhas Salomão de 2010. A sobrevivência do rato também é um indicativo da importância da conservação da floresta em um contexto de exploração madeireira, que tem sido uma grande parte da economia das Ilhas Salomão, mas que também prejudicou o meio ambiente das ilhas.
A descoberta do rato Vika é um exemplo do valor do trabalho em conjunto entre pesquisadores e comunidades locais para a preservação da biodiversidade e a proteção de espécies ameaçadas de extinção. Espera-se que os esforços em prol da conservação da floresta sejam fortalecidos com base nessa descoberta, e que sirvam de lição para a proteção de áreas naturais em todo o mundo.
