Repórter São Paulo – SP – Brasil

Potencial de contaminação de óleo na Foz do Amazonas preocupa cientistas em expedição apoiada pelo Greenpeace Brasil.

Uma expedição científica apoiada pelo Greenpeace Brasil revelou dados alarmantes sobre o potencial impacto de um eventual derramamento de óleo na Foz do Amazonas. Segundo o estudo conduzido pelo Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (Iepa) a bordo do veleiro Witness, pertencente ao Greenpeace Brasil, a contaminação poderia se estender por centenas de quilômetros mar afora, atingindo as costas do Amapá, da Guiana Francesa, do Suriname e da Guiana.

Essa descoberta levanta preocupações sobre a exploração de petróleo na margem equatorial, uma iniciativa defendida pela Petrobras e pela nova presidente da estatal, Magda Chambriard. A atividade é vista como fundamental para manter a produção brasileira de petróleo após o esgotamento do pré-sal. No entanto, a resistência da área ambiental do governo tem sido evidente, com negativas recentes de licenças para a perfuração de poços no Amapá e no Maranhão.

Para analisar os possíveis impactos de um vazamento de óleo na região, os pesquisadores lançaram ao mar sete derivadores, equipamentos oceanográficos que transmitiram em tempo real sua geolocalização e captaram informações do ambiente. Os resultados desses estudos alertam para a grande dispersão que um eventual derramamento de óleo poderia causar, tornando sua contenção uma tarefa desafiadora.

A bacia da Foz do Amazonas possui correntes marítimas e costeiras complexas e pouco conhecidas, o que amplia os riscos de um desastre ambiental caso a exploração petrolífera seja autorizada. A licença para a perfuração já foi negada pelo Ibama, o que desencadeou um embate entre as áreas energética e ambiental do governo, refletindo a sensibilidade da região.

Apesar dos desafios e dos fracassos anteriores na perfuração de poços na região, a margem equatorial brasileira voltou a ser cobiçada devido a descobertas gigantes de petróleo em países vizinhos. Essa retomada do interesse reforçou a importância de uma avaliação cuidadosa dos impactos ambientais antes de qualquer decisão que possa comprometer a biodiversidade e a economia das regiões afetadas.

Em suma, os estudos realizados pela expedição científica apoiada pelo Greenpeace Brasil alertam para os potenciais danos de um vazamento de óleo na Foz do Amazonas e ressaltam a necessidade de uma abordagem cautelosa e responsável em relação à exploração de petróleo nessa região tão sensível.

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