Essa descoberta levanta preocupações sobre a exploração de petróleo na margem equatorial, uma iniciativa defendida pela Petrobras e pela nova presidente da estatal, Magda Chambriard. A atividade é vista como fundamental para manter a produção brasileira de petróleo após o esgotamento do pré-sal. No entanto, a resistência da área ambiental do governo tem sido evidente, com negativas recentes de licenças para a perfuração de poços no Amapá e no Maranhão.
Para analisar os possíveis impactos de um vazamento de óleo na região, os pesquisadores lançaram ao mar sete derivadores, equipamentos oceanográficos que transmitiram em tempo real sua geolocalização e captaram informações do ambiente. Os resultados desses estudos alertam para a grande dispersão que um eventual derramamento de óleo poderia causar, tornando sua contenção uma tarefa desafiadora.
A bacia da Foz do Amazonas possui correntes marítimas e costeiras complexas e pouco conhecidas, o que amplia os riscos de um desastre ambiental caso a exploração petrolífera seja autorizada. A licença para a perfuração já foi negada pelo Ibama, o que desencadeou um embate entre as áreas energética e ambiental do governo, refletindo a sensibilidade da região.
Apesar dos desafios e dos fracassos anteriores na perfuração de poços na região, a margem equatorial brasileira voltou a ser cobiçada devido a descobertas gigantes de petróleo em países vizinhos. Essa retomada do interesse reforçou a importância de uma avaliação cuidadosa dos impactos ambientais antes de qualquer decisão que possa comprometer a biodiversidade e a economia das regiões afetadas.
Em suma, os estudos realizados pela expedição científica apoiada pelo Greenpeace Brasil alertam para os potenciais danos de um vazamento de óleo na Foz do Amazonas e ressaltam a necessidade de uma abordagem cautelosa e responsável em relação à exploração de petróleo nessa região tão sensível.