Esses sintomas pós-Covid, anteriormente conhecidos como Covid longa, são relatados por diversos pacientes, independentemente da gravidade da infecção. Segundo especialistas consultados pela Folha, é fundamental realizar um rastreamento contínuo desses pacientes para aprimorar seu tratamento.
O neurologista Augusto Penalva alerta que, apesar da situação da Covid estar mais tranquila, com a vacinação controlando a gravidade da doença, o vírus ainda circula e requer atenção. Ele ressalta a importância de monitorar os protocolos de tratamento e adaptá-los conforme a evolução da doença.
As estratégias diagnósticas e terapêuticas ainda são complexas para uma implementação em grande escala no sistema de saúde pública, conforme destaca Penalva. O monitoramento de pacientes, como o projeto NeuroCovBr, que acompanha pacientes em diferentes regiões do país, é essencial devido à diversidade de respostas individuais ao vírus.
A epidemiologista Alexandra Boing ressalta que a Covid-19 ainda é um problema de saúde no Brasil, especialmente diante do acúmulo de desafios antigos e novos, incluindo a crise de dengue. Ela defende a melhoria da vigilância em saúde, expansão da testagem, vacinação e qualidade do ar interno como medidas urgentes.
Não há dados precisos sobre a quantidade de pacientes afetados pelas condições pós-Covid, mas estudos indicam que entre 10% e 40% dos casos podem apresentar esses sintomas. O Ministério da Saúde define as condições pós-Covid como manifestações clínicas após a infecção aguda que persistem por quatro semanas ou mais.
Edilaine Lazo, atendida pelo SUS em todas as fases da doença, destaca a importância do repouso, alimentação adequada e tratamento para lidar com os sintomas. O governo federal tem financiado pesquisas e inquéritos para estimar a frequência dessas condições, além de promover a vacinação em larga escala.
Para prevenir as condições pós-Covid, os especialistas enfatizam a importância da vacinação e medidas de prevenção, como a ventilação dos ambientes. A vacinação é vista como crucial para evitar complicações futuras da infecção pelo coronavírus e assegurar quadros mais leves e menos invasivos.