Policial rodoviário federal admite ter atirado em carro de família resultando em menina de 3 anos gravemente ferida.

No último domingo, uma trágica ocorrência envolvendo a Polícia Rodoviária Federal (PRF) chocou a população do Rio de Janeiro. Uma menina de apenas 3 anos, identificada como Heloisa dos Santos Silva, foi baleada na nuca e no ombro durante uma ação da PRF no Arco Metropolitano, região da Baixada Fluminense. Os disparos foram efetuados por um policial rodoviário federal, identificado como Fabiano Menacho Ferreira.

O caso veio à tona após o depoimento do agente à Polícia Civil, no qual ele admitiu ter atirado contra o carro da família de Heloisa. De acordo com o policial, ele pensou ter ouvido disparos e, por isso, decidiu abrir fogo contra o veículo. A criança foi levada às pressas para o Hospital Municipal Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, onde passou por cirurgia e segue internada em estado grave, porém estável.

O pai de Heloisa, identificado como William Silva, afirmou que comprou o carro recentemente e desconhecia que ele estava em situação irregular. Segundo ele, os agentes da PRF começaram a efetuar os disparos quando o carro da família passou pela viatura policial. A família de Heloisa recebeu a visita das comissões de Direitos Humanos da PRF e da OAB-RJ, além de procuradores do Ministério Público Federal, que estão acompanhando o caso de perto.

O procurador da OAB, Rodrigo Mondego, ressaltou que o relato do agente feito à Polícia Civil mostra a linha de defesa que será utilizada para tentar resguardar os policiais de suas responsabilidades. Ele ainda criticou a postura dos agentes, afirmando que eles se sentem à vontade para executar suspeitos de crimes, mesmo sem uma evidência clara de que um crime estava sendo cometido. Mondego ainda fez um alerta sobre a gravidade da situação, ressaltando que uma menina de três anos está lutando pela vida com múltiplos fragmentos de fuzil em seu corpo.

Diante da gravidade do caso, o Ministério Público Federal instaurou um inquérito para apurar o ocorrido. O MPF solicitou que a PRF identifique o autor dos disparos e os demais agentes envolvidos na ação, além de solicitar acesso ao procedimento instaurado pela Corregedoria da PRF. O caso também está sendo investigado pela Polícia Federal, que abriu um inquérito para esclarecer os fatos. As investigações estão em andamento e a PF está empenhada em trazer a verdade à tona e garantir justiça para a família da pequena Heloisa.

É fundamental que situações como essas sejam devidamente apuradas e que a responsabilidade seja atribuída aos envolvidos. Ações precipitadas, que colocam em risco a vida de inocentes, não podem ser toleradas. É preciso garantir a segurança da população sem ferir os direitos fundamentais, especialmente quando se trata de uma criança indefesa que agora luta pela sua vida. A sociedade espera por uma resposta justa e eficiente para este caso.

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