Além de Bolsonaro, outros onze investigados foram enquadrados na investigação da Operação Lucas 12:2, que descobriu um esquema de venda de presentes dados ao ex-presidente em virtude de seu cargo. A lista de indiciados inclui aliados próximos do ex-chefe do Executivo e ex-membros de seu governo.
Este é o segundo indiciamento do ex-presidente, que poderá resultar em uma pena de até 32 anos de prisão, caso seja condenado. Bolsonaro já havia sido enquadrado na Operação Venire, por associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informação.
Dois ex-integrantes do círculo de confiança do ex-presidente também enfrentam seu segundo indiciamento, juntamente com Bolsonaro: o ex-ajudante de ordens Mauro Cid (hoje delator) e o coronel Marcelo Costa Câmara, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Com o protocolo do documento no STF, o relatório da Polícia Federal será encaminhado ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito. Agora, caberá a ele decidir se o caso será mantido em sigilo. A entrega pessoal do indiciamento foi necessária devido à natureza física dos autos do inquérito.
Moraes deverá abrir vista do caso para a Procuradoria-Geral da República se manifestar. O prazo para essa manifestação é de 15 dias, contados a partir da formalização do caso na PGR. O documento chega ao MPF em meio ao recesso judiciário, quando os prazos processuais do STF estão suspensos.
Paulo Gonet, PGR, pode solicitar diligências complementares à PF, como ocorreu na investigação da fraude na carteira de vacinação de Bolsonaro. Em abril, o chefe do MPF pediu mais informações na Operação Venire, resultando numa nova fase de investigação na quinta-feira, no município de Duque de Caxias, no Rio.
Nos próximos meses, espera-se que a PF apresente um relatório complementar da Venire e conclua a investigação da Operação Tempus Veritatis, que suspeita o ex-presidente de planejar um golpe de estado.