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Polêmica no CNPq: acadêmicas têm bolsas negadas com justificativa de licença-maternidade afetar produção científica

A polêmica envolvendo a negação de bolsas de pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) a pesquisadoras que tiveram licença maternidade está ganhando destaque. Segundo a agência, a Diretoria Científica do CNPq levará o caso à Diretoria Executiva do CNPq para avaliar quais providências devem ser tomadas. A agência também informou que instruirá seu corpo de pareceristas para ter uma “maior atenção” na emissão de seus pareceres.

O jornal UOL tentou contato com Maria Carlotto, uma das pesquisadoras afetadas pela decisão, mas ainda não obteve retorno. Enquanto a polêmica se desenrola, o espaço está aberto para atualizações sobre o assunto.

Além de Maria, outra pesquisadora, que preferiu não ser identificada, também teve sua bolsa negada com a mesma justificativa. A pesquisadora, que tem 42 anos e dois filhos, atua na área de Estatística e Ciência de Dados na USP. Ela planeja entrar com recurso para rever a decisão do CNPq. No parecer ao qual o UOL teve acesso, o pedido da acadêmica foi rejeitado pelo fato de ter tido licença maternidade, o que, segundo a justificativa, afetaria significativamente sua produção científica.

Diante disso, a nota do CNPq gerou um debate acalorado entre especialistas e no meio acadêmico. O trecho da nota que afirma que um estágio no exterior não é requisito para a concorrência em tal edital e que expressa juízo preconceituoso com as circunstâncias associadas à gestação foi duramente criticado.

A discussão sobre a negação de bolsas para pesquisadoras que foram mães levantou questões sobre a igualdade de gênero no meio acadêmico e a importância de se reconhecer os desafios enfrentados por mulheres que conciliam a maternidade com a carreira acadêmica. O caso promete continuar gerando repercussão e levantando debates sobre as políticas de fomento à pesquisa no país.

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